A recente final do Torneio Intercontinental entre PSG e Flamengo suscitou reflexões significativas sobre o futebol brasileiro, especialmente em relação aos clubes paulistas. Apesar da derrota do Flamengo nos pênaltis, o clube carioca teve um ano excepcional, conquistando o Campeonato Brasileiro, a Libertadores, a Supercopa e o Estadual. A possibilidade de adicionar o título mundial teria sido a cereja do bolo, mas mesmo assim, a evolução do Flamengo em relação aos clubes Europeus é notável, enquanto a distância para os rivais locais, como Fluminense, Vasco e Botafogo, tornou-se cada vez mais evidente. No contexto do futebol brasileiro, o Flamengo se destaca e isso reflete diretamente no que se passa em São Paulo, que outrora abrigava os clubes mais fortes do país.
O Corinthians, por exemplo, ainda tem a oportunidade de encerrar o ano com um troféu relevante, pois disputa a Copa do Brasil contra o Vasco neste domingo no Maracanã. Contudo, mesmo que vença, o clube continua enfrentando um caos administrativo, com dívidas que chegam a R$ 2 bilhões. Embora a receita seja alta, isso não é suficiente para sanar a crise financeira que afeta um dos clubes mais populares do estado.
O São Paulo, por sua vez, atravessa um momento de turbulência política, com escândalos de corrupção envolvendo seu presidente, Julio Casares. O ano de 2025 foi decepcionante do ponto de vista esportivo para um clube que já foi tão importante quanto o Flamengo é hoje. Diante das lideranças que ainda dominam o clube, o futuro parece pouco promissor.
O Santos, que depende quase que exclusivamente de Neymar, enfrenta uma situação similar. A permanência do atleta, que injeta recursos no clube, é crucial para a sua sobrevivência. No entanto, se Neymar decidir se afastar, o futuro do Santos poderá ser sombrio.
Por outro lado, o Palmeiras se destaca como uma exceção no cenário paulista. Apesar de ser financeiramente sólido e contar com um time de alto nível, sucumbiu nas disputas contra o Flamengo em 2025, perdendo dois títulos importantes. A presidente Leila Pereira deve evitar a tentação de buscar um terceiro mandato, uma prática que costuma preceder a queda de muitos clubes no Brasil.
Como ex-editor do LANCE! entre 2001 e 2012, vivenciei a transformação do Flamengo, que antes era um clube endividado e mal administrado, em uma potência capaz de competir com os gigantes europeus. Hoje, a grande questão está do lado de São Paulo, que precisa se reinventar para não se resumir a aplaudir o sucesso rubro-negro ano após ano.




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