Cristiano Felício brinca com os companheiros, dá risada e faz piada. O entrosamento com o restante do elenco do Flamengo é total, dentro e fora de quadra. Mas é na hora da entrevista que o garoto denuncia sua juventude. A fala é mansa, a voz baixa. Tímido, o menino de Pouso Alegre tem visto seus objetivos e sonhos serem conquistados precocemente. Aos 21 anos e em sua primeira temporada pelo Rubro-Negro, Felício, de 2,06m, mostrou que veio para ficar. Depois de liderar a garotada no título da Liga de Desenvolvimento (LDB), o pivô terá pela frente o Final Four da Liga da Américas, a partir desta sexta-feira, logo em sua primeira participação no torneio. E além de não decepcionar contra o Aguada, do Uruguai, rival das semifinais no Maracanãzinho, às 21h15m, ele promete manter a "fome" e a "pegada" pelas enterradas que levantam a torcida do Flamengo no NBB, competição nacional na qual o time é líder.
- Com certeza será um jogo diferente para mim, ainda mais por ser um jogador novo e ter logo de cara a chance de disputar um Final Four da Liga das Américas com grandes atletas. Quero me dedicar cada vez mais, para melhorar e no sábado ser campeão desse torneio. Eu procuro sempre estar olhando as coisas passo a passo. O que está acontecendo é resultado de uma evolução. Estar no Flamengo para mim é muito especial e estarei procurando sempre responder às exigências que o clube me passa - diz o jogador, que na Liga das Américas tem média de oito pontos por jogo e 14 minutos em quadra.

No NBB, Felício tem mostrado bom entrosamento com o argentino Laprovittola, armador do Rubro-Negro. Volta e meia os dois protagonizam pontes aéreas com cravadas de Felício, que abusa das enterradas também nos treinos. Apesar da jogada ainda não ser uma marca do pivô, ele garante que a torcida do Flamengo pode esperar por lances assim no Maracanãzinho, contra o Aguada.


- A enterrada é uma preferência minha. Acredito que vão rolar enterradas no Final Four. Nos treinos já peço para o pessoal me passar a bola bem alta porque sou grande e facilita a cravada. E acredito que no Maracanãzinho cheio vão sair algumas jogadas legais. Comecei a enterrar tarde, aos 17 anos, um pouco velho, mas depois que enterrei a primeira, tem acontecido naturalmente nos jogos. Por ser uma preferência minha, certamente teremos isso no Final Four - garante Felício.


Precoce, Felício tem no currículo passagens pelas seleções brasileiras de base, com bons resultados como o vice-campeonato da Copa América sub-18, em 2010, além do bronze nos Jogos Pan-Americanos de Guadalajara, no México, em 2011, já pelo time principal. A meta do mineiro agora é brigar por uma vaga na seleção brasileira que disputará o Mundial, em agosto, na Espanha, e claro, um lugar na NBA, em um futuro próximo.
- Acredito que tenho capacidade de chegar na NBA, mas como disse antes, procuro seguir minha carreira passo a passo e hoje o meu pensamento está completamente no Flamengo - finaliza Felício.