Os 2 mil torcedores compareceram em peso, gritaram até o estouro do cronômetro e fizeram a sua parte no ginásio Panela de Pressão. Apesar do apoio em casa, o Bauru não resistiu ao Flamengo. Os campeões da América venceram por 92 a 73, fizeram 2 a 1 na série melhor de cinco jogos e agora estão a uma vitória da vaga na semifinal dos playoffs do NBB. O quarto duelo acontece nesta segunda-feira, às 19h, novamente em Bauru, São Paulo.

O JOGO

Alheio ao barulho da torcida, que lotou o ginásio Panela de Pressão, o Flamengo começou arrasador. Rápido na transição e com ótimo aproveitamento, o time carioca não saiu na frente do placar, mas abriu 13 a 2 em apenas quatro minutos, com destaque para os calibrados Olivinha e Marquinhos. Empurrado pela massa que não parava de gritar, o Bauru tentava reagir, mas pecava na conclusão das jogadas, ora por afobação, ora por conta da eficaz marcação rival. A coisa começou a mudar quando os irmãos Fischer acertaram a mão. Foram oito pontos seguidos: duas cestas de três do armador Ricardo, e uma após tapinha do ala Fernando. No fim, Barrios ainda acertou uma bola de três. Mas ainda estava 25 a 19 para o Flamengo ao fim do primeiro quarto.

A volta para o segundo período viu um Bauru disposto a renascer em quadra após o péssimo início. Logo de cara, o argentino Barrios acertou um chute de três, sofreu a falta e converteu o arremesso em uma jogada de quatro pontos, deixando a vantagem em apenas dois para os rubro-negros (25 a 23). Foi um aviso sonoro para o Flamengo. A bola do Bauru passou a cair insistentemente e, após uma bela sequência, Fernando Fischer colocou os donos da casa na frente com mais um tiro certeiro: 31 a 30. A torcida explodiu a Panela de Pressão, e o técnico José Neto parou o jogo
com um tempo técnico.

Após a breve parada, erros de ataques se sucederam, mas Ricardo Fischer tratou de acertar outro arremesso de três para ampliar a vantagem dos mandantes. Depois de algumas trocas, o Flamengo foi buscar a igualdade com Olivinha (34 a 34). O jogo ficou igual, com as equipes se alternando na liderança. Até que a dupla Olivinha/Marquinhos voltou a desequilibrar para os cariocas, que abriam seis pontos (39 a 45). No estourar do relógio, o americano naturalizado brasileiro Larry Taylor acertou uma bonita cesta, diminuindo a diferença para apenas quatro: 45 a 41 para o Flamengo no fim do primeiro tempo.

Mostrando que não é campeão das Américas por acaso, o Flamengo voltou bem do intervalo. O argentino Laprovitolla ditava o ritmo e, além de servir os companheiros, infiltrava com estilo para pontuar. Quem também brilhava era o pivô Meynisse, pontuando e dominando os rebotes. Se ainda estava estranhamente zerado no marcador, Marcelinho aparecia em outros fundamentos e já somava cinco assistências e sete rebotes. Com tal combinação, os visitantes logo abriram dez pontos de vantagem no marcador (57 a 47), faltando 5m42s para o fim do terceiro período.

Sem a mesma eficiência de outrora, o Bauru sofria na defesa e pouco produzia no ataque. Faltando 4m36s para o fim do quarto, Marcelinho enfim marcou seus primeiros pontos, passando a ser o maior cestinha da história dos playoffs do NBB, com média de 24,3 pontos por jogo. Afoito, o Bauru passou a ver o tempo passar e a diferença aumentar. Quando o técnico Guerrinha parou a partida, já estava uma diferença de 18 pontos (67 a 49). Mesmo com a torcida fazendo uma bonita festa e gritando “Eu acredito”, o time da casa não conseguia encaixar os contra-ataques. Assim, os rubro-negros fecharam o terceiro e penúltimo quarto com 73 a 55
No quarto final, o Fla continuou a atropelar o Bauru. Mesmo fazendo boa parte dos seus reservas atuarem, com Gege e Shilton, os visitantes continuavam felizes nas transições e sem muito esforço mantinham a confortável vantagem no marcador. Com tamanha tranquilidade, o técnico José Neto se dava ao luxo de manter Marcelinho e Olivinha, este o jogador mais eficiente no jogo, sentados no banco, apenas observando as ações. Extremamente importante na virada do Bauru no segundo quarto, o armador Ricardo Fischer não conseguia mais desequilibrar. O pivô Murilo levava a melhor no garrafão, mas também falhava na tentativa de uma improvável reação. Cientes de que o resultado estava definido, os jogadores dos dois times passaram a jogar mais soltos, situação que faz com que sejam vistas jogadas de qualidade, mas também erros bobos. Sorte do Flamengo, que, após sair atrás na série iniciada com duas partidas no Rio de Janeiro, venceu por 92 a 73 e agora lidera por 2 a 1 os playoffs de quartas de final do NBB em melhor de cinco jogos. Basta um triunfo, na segunda-feira, novamente no Panela de Pressão para os rubro-negros avançarem às semifinais.

As parciais do jogo:

1º quarto: Bauru 19 x 25 Flamengo
2º quarto: Bauru 41 x 45 Flamengo - (22 x 20)
3º quarto: Bauru 55 x 73 Flamengo - (14 x 28)
4º quarto: Bauru 73 x 92 Flamengo - ()

Os confrontos da série quartas de final:

Jogo 1 - Tijuca Tênis Clube - Flamengo 70 x 74 Bauru
Jogo 2 - Tijuca Tênis Clube - Flamengo 86 x 69 Bauru
Jogo 3 - Panela de Pressão - Bauru 73 x 92 Flamengo
Jogo 4 - 05/05 (seg) - 19h - Panela de Pressão - Bauru x Flamengo
Jogo 5 - a definir - Tijuca Tênis Clube - Flamengo x Bauru - se necessário