Projeto de polo aquático na Rocinha forma atletas com potencial olímpico

10/5/2014 09:11

Projeto de polo aquático na Rocinha forma atletas com potencial olímpico

Hemanuelle, Milena e Emilyn começaram no esporte que nem mesmo conheciam antes, e hoje já se destacam pela equipe do Flamengo

Projeto de polo aquático na Rocinha forma atletas com potencial olímpico
Polo aquático Rocinha Flamengo (Foto: Reprodução / SporTV)

A trajetória de três adolescentes, moradoras da Rocinha, começou a mudar depois que elas se depararam com um esporte que nem mesmo conheciam, e que hoje podem levá-las longe. Na verdade, muito longe. Pela equipe de polo aquático do Flamengo, a goleira Hemanuelle Reis e as atacantes Milena Rodrigues e Emilyn Reis já traçam um caminho de títulos e sonhos possíveis, que nasceram no projeto social Rio 2016, que há quatro anos funcional no complexo esportivo da comunidade. Se destacar já foi uma conquista para elas, em meio a cinco mil atletas inscritos (assista ao vídeo).

- Nem sabia o que era polo aquático - admite Hemanuelle, mais conhecida como Manu. “Quando entrei, primeiro era natação, daí a Manu me chamou que estava rolando polo aquático”, diz Milena. “Depois de um ano e meio queria natação, mas não tinha vaga e começou a surgir o interesse pelo polo. Falei: o que é polo aquático?”, completa Emilyn.

As três meninas, que há quatro anos se questionavam sobre o que era polo aquático, são grandes promessas para o esporte, e vivem na Rocinha, favela na zona sul do Rio de Janeiro com uma população estimada em 140 mil pessoas.

- Sempre quis nadar, sempre quis aprender. Daí surgiu a oportunidade, o completo esportivo abriu, estavam chamando, fui e me interessei - conta Manu.

Quando começaram no complexo da Rocinha, elas não sabiam nem nadar, mas aos poucos têm conseguido ultrapassar a barreira do esporte como passatempo para atingir o sonho do alto rendimento. A mudança de foco deve ser creditada em grande parte a Solón dos Santos, 53 anos, 41 deles dedicados ao polo aquático. Ele integrou a última seleção brasileira da modalidade a participar de uma Olimpíada, em 1984, em Los Angeles. Hoje treinador no complexo da Rocinha, ele conta sobre os obstáculos para implantar na comunidade o até então desconhecido esporte.

- Primeiro cheguei aqui e já tive o problema da piscina não ser apropriada para o polo. Tem uma piscina de 1,45m de profundidade e uma piscina olímpica é de 2,40m, porque se joga no mínimo com 1,90. Teve ainda adaptação de colocar as crianças na água, que nunca nem viram o polo, não sabem que é um esporte "elitizado" - afirmou o treinador.



Com toda a sua experiência, ele afirma que as meninas são o principal destaque nos quatro anos de trabalho no complexo.

- Com certeza. O polo aquático é um esporte em que o atleta atinge o ápice da carreira entre 28 e 32 anos. Se contar que elas têm 14, 15 anos, elas têm um percurso muito grande.

E o percurso começou em um grande clube. Hoje vestindo a camisa do Flamengo, as meninas já colhem frutos coletivos e individuais: são tricampeãs brasileiras juvenis pelo Rubro negro; Milena foi artilheira da Copa Brasil sub 15; Hemanuelle tem quatro troféus de melhor goleira (goleira menos vazada), além de ter sido pré-convocada para a seleção brasileira.

- A Manu, como goleira, é nata. Ela tem um potencial muito grande. Ela é crua ainda, mas dá para você ver. Quem trabalha com esporte vê e identifica. Não é só ter habilidade, se destacar... O caminho é grande. Depende muito delas - afirma o técnico Antônio Canetti, da equipe de polo aquático do Flamengo.

O polo aquático tem servido para mudar a vida dessas meninas. Na convivência diária com uma comunidade carente, elas se afastam dos perigos através do amor pelo esporte, nascido na Rocinha. Solón ainda revela um orgulho.

- O importante é tirar a garota que está de bobeira ali. Tenho um orgulho aqui do que ainda não aconteceu: essas meninas são bonitas, desenvolvidas, parecem mulher de 18, 20 anos, e nenhuma delas apareceu grávida aqui. Cobro isso delas - afirma o professor do projeto.

Das piscinas da Rocinha, elas sonham com as piscinas dos próximos Jogos Olímpicos. É uma realidade ainda distante, mas que elas não hesitam em sonhar.

- A Olimpíada é meu sonho, para qualquer atleta a seleção brasileira é o objetivo - diz Manu sem titubear. Para o técnico Canetti, participar dos Jogos do Rio é uma missão difícil, mas não impossível. Porém, se mantiverem a determinação, as três serão realidade em pouco tempo, principalmente para os Jogos de Tóquio, em 2020.

- Elas são muito novas para o próximo ciclo olímpico, mas esse grupo que está aqui, se essa Olimpíada deixar um legado, não tenha dúvida que na próxima Olimpíada você vai estar entrevistando uma menina dessas - disse o técnico do Flamengo.

1916 visitas - Fonte: Globoesporte.com


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