Carlos Alberto Parreira disse ontem, na primeira entrevista coletiva dessa fase pré-Copa, na Granja Comary, que o Brasil é, sim, o favorito e já tem uma mão na taça: “Chegaram os campeões!”, repetiu, recordando um bordão que usou no Mundial de 94. Empáfia? Não me parece ser o caso. Entendi suas palavras muito mais pelo caminho do pensamento positivo.

Já falei e escrevi mil vezes que, ao contrário de Felipão e Parreira, não acho que o Brasil tenha a obrigação de ganhar esta Copa pelo simples fato de ela ser disputada aqui. Nossa seleção é, de fato, uma das fortes candidatas ao título. Mas existem pelo menos três outras na mesma situação: Espanha, Alemanha e Argentina — e todas podem cruzar conosco na fase de mata-mata ou na finalíssima. Vem daí o motivo das palavras do coordenador técnico da seleção. O que ele quer é injetar confiança no grupo. E nisso está certíssimo. Se os próprios jogadores não acreditarem que podem ganhar, aí mesmo é que não iremos a lugar algum.





Jogando a toalha?



Raposa felpuda da Gávea me garante que o vice-presidente geral do Flamengo, Walter D’Agostino, encontrou, na última sexta-feira, no restaurante Garden, no Jardim Botânico, com vários conselheiros e beneméritos do clube que fazem oposição à atual diretoria e lhes propôs um ampla discussão e um acordo de paz.



D’Agostino teria confidenciado que assumirá em breve, pois o presidente Eduardo Bandeira de Mello está disposto a pedir uma licença de 30 dias. Nos bastidores rubro-negros já se falou até na possibilidade de Bandeira renunciar, a pedido da família. A licença seria uma alternativa menos radical.







Imperdível



Já está nas bancas o livro de Leslie Leitão, Paula Sarapu e Paulo Carvalho que destrincha, em detalhes, um dos casos mais dramáticos e escabrosos do esporte brasileiro. Chama-se “Indefensável — o goleiro Bruno e a história da morte de Eliza Samudio”. Entre incríveis e assustadoras revelações, possíveis graças à criteriosa e persistente apuração dos autores, fica-se sabendo que uma das coisas que mais irritaram o jogador foi o fato de Eliza, mãe de seu filho bastardo, pedir uma pensão mensal de R$ 3,5 mil. À época, Bruno ganhava, no Flamengo, R$ 120 mil na carteira, mais aproximadamente R$ 90 mil de direito de imagem e patrocínios.





Vale tudo



A disputa do título da temporada da Fórmula-1 resume-se à luta interna da Mercedes. É acachapante o domínio dos carros de Lewis Hamilton e Nico Rosberg e a guerra entre os dois foi abertamente declarada desde que o último, de propósito ou não, garantiu a pole position no GP de Mônaco, impedindo que seu rival batesse o seu tempo, ao sair da pista, provocando uma bandeira amarela, exatamente quando o inglês vinha em sua melhor volta.



Pra mim, Rosberg fez o que fez intencionalmente. Como Michael Schumacher, de Ferrrari, e Ayrton Senna, de Lotus, aprontaram algo parecido em edições anteriores do mesmo GP de Mônaco (ambos cravaram a melhor volta e depois retornaram à pista andando bem mais devagar e impedindo que outros ameaçassem seus tempos).



Sintomaticamente, desta vez, ninguém quis culpar Nico. Por que? É fácil entender: mantê-lo na disputa (agora quatro pontos à frente de Lewis) é a única forma de garantir um mínimo de emoção em uma temporada já decidida pela esmagadora superioridade dos bólidos da Mercedes.



Mas, pelo amor de Deus, não me venham com essas ridículas comparações com os tempos de Senna e Alain Prost, na época em que a equipe dominante era Mclaren. Há um oceano de distância entre aquela épica disputa do final dos anos 80 e essa de agora, praticamente fabricada — Hamilton venceu quatro GPs seguidos e Rosberg apenas dois. O inglês é muito melhor que o alemão e vai jantá-lo com farinha. Podem me cobrar.





Enigma do biscoitinho



Encontro o Bagá furioso com o péssimo futebol jogado pelo Flamengo no Brasileirão e ele me fuzila com uma daquelas perguntas fatais:



— Chefia, o Paulinho é um perna-de-pau que tem lampejos ou um bom jogador que tem péssimos momentos?





Duelo de titãs



Quem é pior? Fla, Botafogo ou Vasco?