Felipão recebe as psicólogas da Seleção Brasileira na Granja (Foto: Divulgação/CBF)

A psicologia também está sendo trabalhada dentro da Granja Comary, que recebeu as psicólogas Gisele Silva, Regina Brandão e Aline Magnani na última quarta. Trabalhar a cabeça é algo visto como importante para Luiz Felipe Scolari, comandante de um grupo que ainda irá ouvir muitas perguntas sobre a Copa do Mundo de 1950. A pressão de jogar um Mundial em casa será tratada, caso os jogadores necessitem.

Nos primeiros dias de trabalho em Teresópolis, a questão sobre a derrota para o Uruguai há 64 anos foi abordada com jogadores e membros da comissão técnica nas entrevistas. As psicólogas estarão disponíveis para ouvir os jogadores. Regina Brandão é fiel escudeira de Scolari: esteve na Copa de 2002 e também em vários clubes.

- Brasil era favorito e pelo "já ganhou" acabou perdendo em 50. Esse foi o grande mal. E isso esse grupo não tem. Sabe que será uma Copa difícil, mas tem condição de vencer - afirmou o auxiliar Flávio Murtosa.

- Esperamos ganhar e mudar essa história. Acabar com essa história de 50 - comentou o coordenador-técnico, Carlos Alberto Parreira.

A consulta psicológica é opcional para os jogadores dentro da concentração. Julio Cesar, Thiago Silva, Daniel Alves, Maicon, Ramires e Fred são os únicos entre os 23 convocados que já estiveram em uma Copa. Thiago não entrou em campo no Mundial da África do Sul, em 2010.

A conquista da Copa das Confederações de 2013 é vista pela comissão técnica como fundamental para a "boa" cabeça dos atletas. O grupo, que era contestado, passou por cima dos adversários com cinco vitórias. A torcida empurrou a equipe, que ganhou confiança. A base do grupo para 2014 foi formada. É consenso dentro da Granja que não há um clima de "oba-oba", mas sim de confiança pelo trabalho que já foi apresentado.

Julio Cesar, o mais experiente do grupo, com 34 anos, chegou a ser questionado se pensa em alguma homenagem ao ex-goleiro Barbosa, símbolo da derrota para o Uruguai na final de 1950, no Maracanã.

- Já conversei com o Jefferson (goleiro reserva). Não tem uma entrevista em que não perguntem isso. Aconteceu, criou-se algo muito forte. Nossa posição é ingrata. A gente procura esquecer, nunca falamos em homenagem, mas se pintar uma chance, não tem motivo para não fazer. Ele jogou uma Copa, então é formidável. A falha acontece com qualquer ser humano, é seguir em frente - disse Julio.