1. Hernâne está iluminado. Oito gols em sete partidas. Nem ele esperava essa média. O Fla jogou sete vezes em 2013. Ele marcou em seis dessas partidas (só passou em branco no 1 x 1 diante do Madureira). Três vitórias foram de 1 a 0, gols dele, claro. Ontem, uma canelada, permitida por um vacilo de Bruno Mendes e Julio Cesar, que deram condição de jogo ao centroavante, garantiu mais uma noite de herói para Hernâne. E mais uma vitória para o Fla, que terá vantagem de empate na semi e na final da Taça GB.

2. Rafinha não foi tão mágico como diante do Vasco e do Friburguense. Mas, assim mesmo, fez a diferença. Parte para cima, tem velocidade e nunca tem medo do jogo. Fez Márcio Azevedo, péssimo marcador, de gato-e-sapato. Se tiver a cabeça no lugar, vai longe.

3. Carlos Eduardo teve uma estreia discreta. A impressão que ficou é que jogou mais para Dorival Jr do que para os torcedores. Foi tático. Pelo lado direito, fechava para ajuda no meio, foi secretário de Leo Moura e, as vezes, de João Paulo. Desperdício. Pode ajudar na recomposição defensiva (é ótimo que faça isso), mas foi contratado para ser o homem de ligação, quem serve a Rafinha e Hernâne. Carlos Eduardo pode ser muito mais com a camisa 10 do Fla.

4. O Fla ganhou o jogo no meio. Cáceres faz falta demais, mas também marca muito. É importante como cão-de-guarda e se desdobrou para encurtar os espaços de Seedorf. Ibson tem se entendido bem com Elias. Fez uma boa partida, no mesmo nível do corintiano. Marcaram e saíram para o jogo. Pelo menos nesse início de temporada, o meio rubro-negro parece promissor e tem dado liga nos jogos de verão.

5. Os primeiros 15 minutos foram avassaladores. O Botafogo levou o gol, mas poderia ter feito dois. Como poderia ter levado mais um. Seedorf dava as cartas. Mas, com o calor excessivo no Engenhão, o ritmo da partida caiu, assim como do próprio holandês. O Botafogo depende demais de Seedorf. Hoje isso ficou evidente.

6. Fellype Gabriel é um bom jogador. Jogou como segundo volante, e, as vezes, de primeiro. Jogou por ele e por Julio Cesar, que não funcionou na mesma função. Quando Fellype Gabriel saiu, lesionado, o meio do Botafogo se perdeu de vez.

7. Nicolás Lodeiro é tem qualidades, mas carece de mais explosão. Jogador com seu talento precisa arriscar mais. Parece muito preso às recomendações táticas de Oswaldo de Oliveira. Ele pode mais. Ele sabe mais. Hoje havia espaço para ele jogar. A impressão que deu é que ficou sempre na metade do caminho.

8. Márcio Azevedo é um ala sem direção. Ataca muito e defende pouco. Precisa sempre de boa cobertura. E foi tudo que Júlio Cesar não ofereceu a ele durante a partida.

9. Bruno Mendes jogou mal o primeiro tempo. Sassá entrou no seu lugar. Foi pior ainda. Vitinho sentiu o peso do jogo. A entrada de Henrique foi abortada por causa da lesão de Fellype Gabriel. O Botafogo perdeu gols, é fato. Teve uma bola na trave de FG. Mas nunca teve o controle do meio. Foi mal demais na recomposição defensiva. E não teve ataque.

10. Diante de 25 mil torcedores, ótimo público, o Fla mereceu vencer, mas, apesar da ótima campanha, precisa ativar o anti-deslumbrador. O Botafogo perdeu, mas não jogou tão mal assim. Necessita usar urgentemente o anti-depressivo – essa derrota está longe de ser o fim do mundo.

11. O gramado do Engenhão está impecável. Quem te viu, quem te vê.