4/6/2014 19:26
Torcida do Fla fez campanha para Dida jogar com Pelé na Copa de 1958
Alagoano enfrentou a Áustria na 1ª partida do Mundial, mas perdeu vaga para o rei
O melhor jogador alagoano de todos tempos disputou a Copa do Mundo de 1958. Dida era o maior ídolo do Flamengo na época e iniciou o Mundial inquieto, com um garoto pedindo passagem na reserva. Pelé era o nome da fera que o craque revelado pelo CSA colocara no banco. Irmão de Dida, Edson Santa Rosa lembrou que o rei não estava machucado. Ficou na reserva por opção do técnico Vicente Feola, mas, depois, ganhou o posto na Seleção, sob protestos da torcida rubro-negra.
- O treinador definiu que apenas um jogador por posição seria escalado entre os titulares e o Dida barrou o Pelé no início da Copa. Até li depois uma entrevista em que o Pepe falou que o Pelé estava machucado. Pelo que sei, não aconteceu isso - declarou Edson, lamentando os acontecimentos posteriores ao jogo com a Áustria, na estreia da Seleção.
- Meu irmão ficou abalado por causa da forma como ele foi sacado pelo técnico Vicente Feola. Foram convocados 22 jogadores para o Mundial, sendo dois para cada posição, mas poderia haver uma adaptação para o Dida jogar com o Pelé. A Seleção estreou na Copa contra a Áustria e venceu por 3 x 0, com dois gols de Mazzola e um de Nilton Santos. O meu irmão perdeu um gol, mas isso não atrapalhou o Brasil, já que, depois, até o Didi declarou que ele foi fundamental na partida porque abriu espaços na defesa adversária. Infelizmente, Dida não foi escalado para o jogo seguinte, contra a Inglaterra, perdendo a vaga para Vavá - contou Santa Rosa.
A torcida rubro-negra não aceitou a reserva de Dida de bom grado. Segundo o irmão do craque alagoano, não foi pequena a campanha para que Feola mudasse de opinião.
- O jogo com a Inglaterra terminou empatado por 0 a 0, e a torcida do Flamengo, que sempre foi fanática, fez muita pressão para o Dida jogar contra a União Soviética ao lado de Pelé.
Contra a Inglaterra, Feola escalou os centroavantes Mazzola e Vavá e também abriu precedente para colocar em campo os dois meias que tinha no elenco: Pelé e Dida, que tinham um talento fora do comum. Dessa forma, ele poderia ter sacado o Vavá e fechado o setor ofensivo com Pelé, Dida e Garrincha. Com esses três jogadores em campo, o título poderia vir até com mais facilidade.
Dida foi o maior ídolo de Zico, brilhou intensamente com as camisas de CSA e Flamengo, mas não teve muita sorte na Seleção. Ao todo, disputou oito jogos com a camisa do escrete, vencendo sete e empatando um. Nessas partidas, marcou cinco gols.
Dida ficou chateado com Feola, não deu sequência à carreira na Seleção, mas também não perdeu a amizade com Pelé. Após a conquista do primeiro mundial do Brasil, recebeu do rei a camisa 10 usada na final de 1958. O craque alagoano morreu em 17 de setembro de 2002, aos 68 anos, no Rio de Janeiro.
2069 visitas - Fonte: Sportv
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