Foto: Divulgação

Wagner Miranda não é apenas treinador de goleiros do Flamengo, é quase um pai para César, Felipe, Luan e Paulo Victor. A cada defesa realizada por um deles, costuma gritar "boa gigante!", "gigantesco!". As exclamações logo viraram apelido. Chamado carinhosamente de "Gigante" pelos atletas, acredita que o relacionamento diário com os quatro fez crescer a confiança e o respeito entre eles.

"Existe o momento da intimidade, do jogador confiar em você, falar outras coisas, da vida, pedir conselhos, e entra a parte do paizão. E acho muito importante esse bom relacionamento para que o ambiente de trabalho seja saudável, para que os goleiros se deem bem uns com os outros, relacionem-se bem para uma evolução. Trabalho muito em cima disso.", disse.

Em sua segunda passagem pela Gávea, Wagner foi contratado em 2011 para integrar a comissão técnica do Sub-20. Desde fevereiro de 2013 está no profissional.

Treinos em Atibaia

A delegação do Flamengo chegou à Atibaia na última segunda-feira (16.06), quando iniciou a preparação para a volta do Campeonato Brasileiro. Wagner Miranda tem aproveitado para exigir bastante nos treinamentos e explica qual será a metodologia utilizada até a partida contra o Atlético-PR, dia 16 de julho.

"Estou dando prioridade aos trabalhos mais fortes na parte da manhã, em que não são utilizados pelo Ney Franco, e à tarde diminuímos a força desse treinamento para que consigam render mais com o Ney.", disse, antes de completar a importância da sequência do trabalho. "É necessário que façamos treinos mais exaustivos nos primeiros 15 dias, com um grande número de repetições, dentro dos trabalhos de fundamento, força e potência. Nas semanas que antecedem ao primeiro jogo do Campeonato Brasileiro, o trabalho técnico e situações de jogo serão mais priorizados do que a parte física."

Sobre a qualidade técnica dos comandados, Wagner Miranda garante que estão nivelados em todos os quesitos e que a avaliação deles, repassada e discutida depois com Ney Franco, é feita de acordo com o rendimento durante os treinamentos. A preocupação do treinador de goleiros, no entanto, vai além dos arqueiros que treina diariamente no Ninho do Urubu. Ele sabe, como poucos, da necessidade de o trabalho bem feito começar desde cedo, a fim de criar novas gerações de goleiros campeões.

"Quando era da base, cobrava muito a aproximação (com o profissional) para decidirmos os trabalhos, metodologia aplicada, para o próprio treinador do profissional saber com quem ele poderia contar dos juniores. Agora, faço sempre isso, acompanho, vejo as necessidades, ajudo no que posso na parte técnica. Claro que cada um tem sua metodologia, não interfiro, mas troco ideias para chegar e por em prática. Sempre procuro ajudar.", disse.