Felipão disse ontem, na entrevista coletiva, no Mineirão, que o Brasil já está jogando 80% do que jogou na Copa das Confederações. Só pode estar exagerando para levantar o moral da tropa. Nos três jogos da fase de grupos, nossa seleção ainda não chegou nem perto do futebol competitivo e vencedor do torneio do ano passado. Se for para colocar em percentual, diria que até agora estamos apresentando, no máximo, 50% do que foi visto naquela conquista. E isso ainda é pouco para levantar o caneco.

Mudanças

O discurso otimista de Scolari não se reflete em suas ações. Se estivesse tão satisfeito, não estaria flertando com três alterações: Fernandinho no lugar de Paulinho (essa é certa); Maicon entrando na lateral direita, na vaga de Daniel Alves e Ramires substituindo Hulk.

Rival na medida

Acredito, porém, que a equipe brasileira vai evoluir bastante no confronto de logo mais contra o Chile. Como tenho dito aqui, não me assusta essa suposta melhor geração de La Roja de todos os tempos. Bem mesmo, pode-se dizer, jogou contra a Espanha. Mas, não custa lembrar que os espanhóis nessa Copa viraram saco de pancadas.

Diante da Holanda, o Chile de Sampaoli foi batido inapelavelmente. E na estreia, diante da Austrália, a vitória por 3 a 1 não chegou a ser nada de brilhante ou excepcional.

Contra os nossos velhos fregueses, aí sim, creio que possamos atingir os 80% a que Felipão se referiu.

Carrapato chileno

Comenta-se aqui em Belo Horizonte (onde o Chile está concentrado, desde que chegou para o Mundial, na Toca da Raposa II) que Neymar terá hoje uma marcação especialíssima, no melhor estilo “carrapato” — ou seja, um jogador será sua sombra em campo durante os 90 minutos.

Mesmo que isso aconteça, duvido que Sampaoli arme o seu time na retranca. Ele gosta de comandar as ações e jogou assim contra a Holanda. Robben adorou, pois teve todo o espaço do mundo para os contra-ataques. Essa postura tática ousada no ataque e pouco efetiva na defesa é exatamente o que pode permitir que o nosso jogo floresça.

Atitude careta

É compreensível que a Adidas não queira mais Luisito Suárez como seu garoto propaganda, mas a apressada troca da fotografia do painel publicitário da Praia de Copacabana, no qual ele aparecia de boca aberta, foi uma tremenda bola fora. Desde a mordida em Chiellini, centenas de torcedores paravam no local para tirar fotos, como se estivessem sendo mordidos pelo craque uruguaio. Agora, com uma foto de Daniel Alves (também de boca aberta), ninguém olha mais para a peça.

Beijoqueira

Você sabia? A Brazuca beijou a rede 136 vezes na fase de grupos. É quase o que a Jabulani fez em toda a Copa da África do Sul (145). O recorde ainda é do Mundial da França, em 1998, quando os goleiros tiveram que ir buscar a bola no fundo da baliza em 171 lances.

A média desse ano, entretanto, é das maiores dos últimas Copas (2,83 por jogo). Só perde para as de 70 (2,96), 30 (3,88), 34 (4,11), 38 (4,66) e 54 (incríveis 5,38). É importante ressaltar, entretanto, que antigamente a competição tinha muito menos jogos e os esquemas táticos (como o 2-3-5) eram altamente ofensivos.

Abstinência

A torcida anda tão empolgada com os jogos da Copa que teve muita gente se queixando, no Facebook, de abstinência de futebol! Imagina quando acabar a Copa e voltarem os joguinhos sem-vergonha do Brasileirão...

Saudades

Será que a atual diretoria do Flamengo viu a Alemanha jogar de vermelho e preto? Faz tempo que essas cores não são usadas por craques de verdade...