Já escrevi aqui e repito: prefiro a Alemanha campeã porque considero que ela é a seleção que jogou o melhor futebol da Copa e também, confesso, tenho um outro motivo egoísta e particular. De coração, nada tenho contra os “hermanos”, mas diante da enorme rivalidade futebolística existente com o Brasil, aturá-los se conquistarem o título em pleno Maracanã, batendo quem nos surrou de 7 a 1, será uma parada pra lá de indigesta — e adoro a Argentina e pretendo continuar viajando para lá.

Pelo que mais torço, entretanto, é por uma grande partida, nesta final de hoje. E se do lado alemão já vimos (da pior maneira) que é possível um espetáculo que combina conjunto com o brilho individual de craques como Neuer, Khedira, Schweinsteiger, Ozil, Muller, Lham etc, por parte dos argentinos, principalmente depois da contusão de Di Maria, show de verdade só se deve esperar mesmo de Lionel Messi.

É exatamente por causa dele que mesmo com uma equipe tecnicamente mais fraca, a Argentina pode, sim, levantar o caneco no outrora Maior do Mundo. Basta que La Pulga esteja nos seus melhores dias, se possível, durante os 90 minutos — algo que ainda não aconteceu, embora o Pequeno Polegar já tenha decidido, pelo menos, três jogos (dois com golaços, outro com uma arrancada irresistível e um passe perfeito para Di Maria).

Que tenhamos uma decisão inesquecível e que vença o melhor para o futebol: ou a fortíssima e talentosa seleção alemã ou a genialidade ímpar de Messi.

Susto repetido

Na melancólica disputa pelo terceiro lugar, o Brasil já estava perdendo por 2 a 0 da Holanda em menos tempo do que sofreu os dois primeiros gols da goleada de sete que levou da Alemanha. Chegou a dar frio na espinha. Menos mal que dessa vez ficou em 3 a 0.

Blefe

E o Willian, hein? Tão elogiado durante os treinamentos na Granja Comary, chegou a ser considerado, pelos jornalistas, o décimo segundo titular e quando entrou simplesmente não viu a bola.

Campanha horrorosa

Não há como sustentar que o Brasil fez uma boa Copa e sofreu apenas o tal “apagão” de seis minutos, contra a Alemanha, como insistem Scolari e Parreira. A seleção brasileira não fez nem sequer um grande jogo, mesmo enfrentando adversários fracos na primeira fase e fregueses de caderno nos dois primeiros mata-mata. Bastou encarar rivais mais fortes e a fragilidade do time e do esquema de Felipão ficou exposta. Primeiro no vexame histórico diante dos alemães e, por fim, na segunda derrota, contra os holandeses.

Peneira cara

No final das contas, a tão festejada zaga brasileira (que o digam os valorizadíssimos Thiago Silva e David Luiz) acabou sendo a mais vazada da história da seleção em Copas. Fora ser também a que sofreu a mais humilhante goleada.

Quem fez a lambança?

Leio que o Flamengo vendeu uma de suas maiores promessas, o atacante Caio Rangel, de apenas 18 anos, para o Cagliari (time pequeno da Itália) por uma ninharia (R$ 2,7 milhões).

Nunca o vi jogar mas me causa espécie o fato de ele, sendo tão bom como dizem, jamais ter sido aproveitado no sofrível time de cima — motivo maior da insatisfação do garoto e sua família e, em última análise, da transferência.

Como o contrato de Caio acaba em fevereiro do ano que vem, o Flamengo se viu sem saída, pois em um mês ele já poderia assinar pré compromisso com qualquer outro clube.

Resta pois a pergunta quem não quer calar: quem comeu mosca?

Vox Populi

As sonora vaias que Felipão levou em Brasília (ao chegar ao estádio, ao aparecer no gramado e até quando sua imagem surgiu no telão) evidenciaram que na capital federal (assim como na maioria do país) a torcida anseia por mudanças radicais na seleção. Não há como defender a permanência de Scolari no cargo, a não ser por um capricho injustificável de Marin e Del Nero.