O segredo de outro sucesso: como a Alemanha criou empatia com o Brasil

15/7/2014 21:16

O segredo de outro sucesso: como a Alemanha criou empatia com o Brasil

Através do Flamengo, ideia desde 2013 era se tornar o segundo time dos brasileiros. Federação assume projeto para desenvolver crianças e deixar legado em pacata vila

O segredo de outro sucesso: como a Alemanha criou empatia com o Brasil
Mesmo sem jogar tanto, Podolski virou o símbolo da aproximação entre Alemanha e Brasil (Foto: Reprodução / Instagram)


Não foi o compacto 4-3-3, tampouco os lançamentos milimétricos de Toni Kroos, o faro de gol de Thomas Müller, a invejável classe de Bastian Schweinsteiger ou as defesas memoráveis de Manuel Neuer. Definitivamente não foi apenas o futebol a transformar a Alemanha numa campeã mundial no último domingo. Ainda que em menor escala, o sucesso quase absoluto entre os brasileiros passa por um processo pautado em 2013.

Houve um planejamento por trás das ações realizadas, talvez a maioria delas. A preocupação com a imagem do país perante o povo local era evidente – e não há oportunidade melhor do que uma Copa do Mundo para convencer gregos e troianos de que eles podem ser amigos. A Alemanha sequer precisou disso: gestos, previsíveis ou não, conquistaram um pedacinho no coração de quem pôde seguir os passos do time de alguma maneira durante os 37 dias no Brasil.

– Nossa preparação para a Copa do Mundo começou em 2013. Pensamos nas estratégias comerciais, parceiros, TV, propagandas. Mas também preparamos como iríamos agir, estar aqui e fazer parte do torneio. Nosso alvo desde cedo era ser o segundo time mais popular da Copa no Brasil – disse Patrick Kisko, chefe de marketing da DFB (Federação Alemã), em entrevista ao SporTV.

FLALEMANHA OU ALEMENGO?

A grande sacada envolveu o Flamengo. Através da Adidas, fornecedora de material esportivo em comum, a seleção alemã criou uma camisa reserva rubro-negra. Havia uma insatisfação com o modelo antigo, o verde utilizado na Eurocopa de 2012 – o que, neste caso, permitiu uma "revolução" no uniforme. Bastou aos responsáveis ligarem os pontos para concluir que o clube mais popular do país seria um fator atraente.

A Alemanha utilizou a camisa em duas oportunidades: na vitória por 1 a 0 sobre os Estados Unidos, na última rodada da fase de grupos, no Recife, e no histórico 7 a 1 contra o Brasil, na semifinal, em Belo Horizonte. A seleção jogou de branco em ambas as vezes em que atuou no Maracanã – quartas de final, contra a França, e decisão, diante dos argentinos –, mas estava claro nas arquibancadas que a novidade encantou os rubro-negros. E nem mesmo os rivais (torcedores de Fluminense, Vasco e Botafogo) se mostraram contrários aos alemães apenas por este motivo. Principalmente na decisão contra a Argentina.

Se as cores não bastassem, lá estava o carismático Lukas Podolski. Amigo de André Santos desde os tempos de Arsenal, o alemão recebeu do lateral uma camisa do Flamengo personalizada com o seu nome. Em seguida, o próprio marketing do Rubro-Negro entrou em ação e presenteou Poldi, Schweinsteiger e outros jogadores quando vieram ao Rio para enfrentar a França. Os alemães bombardearam as redes sociais com pedidos de torcida no Maracanã. Repetiram a dose antes da decisão contra a Argentina. Deu certo.

– Estamos muito felizes com o retorno que isso traz para o Flamengo. E também muito feliz com o carinho que o Podolski demonstrou em todas essas oportunidades. É uma honra enorme para gente. O clube está sendo divulgado no mundo inteiro, isso é bom para os patrocinadores, para a marca. Tem muito estrangeiro que veio ao Brasil e saiu daqui com a camisa do Fla. É um símbolo do país que foi divulgado dessa forma por eles. A imagem exposta nas redes sociais é o que fica na cabeça de todo mundo, e é sensacional o fato de ainda ser espontâneo – afirmou Bruno Spindel, gerente de marketing do Flamengo, ainda sem planos para realizar alguma ação com o camisa 10 alemão.

As referências ao Brasil, claro, não param por aí. Schweinsteiger vestiu também as camisas de Bahia e Grêmio – também cantou o hino do Tricolor baiano com o goleiro Manuel Neuer num vídeo para o amigo Dante. Antes, durante e depois do Mundial, a DFB utilizou as mídias sociais de diversas maneiras para mostrar o quão confortável estava sua seleção. Em outros casos, os jogadores trataram de nos lembrar com cenas marcantes – como esquecer de Neuer e Schweini dançando "Lepo-Lepo" na praia com o amigo brasileiro Tibúrcio? Ou de Podolski e o camisa 7, este enrolado numa bandeira verde-amarela, torcendo na disputa de pênaltis contra o Chile?

– Nós amamos o Brasil, como as pessoas vivem, estamos felizes de ter feito parte desse torneio. O que queríamos mostrar, desenvolver a segunda camisa, por exemplo, que parece a do Flamengo. Há diversas coisas que desenvolvemos, comercialmente. Produzimos filmes, fizemos muito para mostrar às pessoas como os alemães são e como amam o Brasil – contou Patrick Kisko.

1152 visitas - Fonte: Globoesporte


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