Quando se busca emprego ou um bom posicionamento numa empresa, o currículo costuma pesar. Mas Renato quer a sua vaga no suor. Por isso, tem esperado sentado, pacientemente, mas sem se acomodar. Acostumado a titularidade, o meia, de 34 anos, terminou 2012 como um dos homens de confiança de Dorival Júnior, teve o contrato renovado a pedido do treinador, mas virou reserva no ano novo. Neste sábado, contra o Olaria, vai começar jogando pela primeira vez na temporada.

“Para mim não é normal, estava havia muito tempo sem ficar no banco, não posso me acomodar com isso. Independentemente do que fiz, temos que viver o presente. Procuro dar o máximo em cada treino, aproveitar as chances, respeitar o técnico e os companheiros. Não é porque tem uma história que tem que ser titular”, disse o jogador, que enaltece os companheiros que têm começado os jogos.

“Tem que provar a cada dia a sua posição, procurar entender a cabeça do treinador e dar moral a quem está entrando. Quem está entrando vem fazendo resultado, não tenho motivo para questionar. Procuro ajudar como for preciso, com palavra, minha maneira de pensar, treinamento. Esse momento serve para isso”, afirmou.

Seu currículo no Flamengo merece respeito. Até hoje foram 258 jogos e 66 gols com a camisa rubro-negra. Renato conquistou pelo clube a Copa do Brasil de 2006 e o Estadual de 2007 e o de 2011. Conhecido pelo chute forte e certeiro de canhota, principalmente nas cobranças de falta, o jogador é o maior artilheiro do clube no século XXI. Agora, fora da equipe, usa a experiência para aconselhar a garotada, como o próprio Dorival já ressaltou em outras oportunidades.

“Você tem de ter postura, mesmo no banco. Não pode mudar por isso. Tudo que fiz foi na base da conversa, da motivação, da palavra. Tenho essa liderança. Não posso perder isso”, analisou Renato, que emendou: “É normal um dia estar chateado, depois tem de pensar, refletir que é coisa de momento. Sei que tenho condições de jogar. Pelo menos estou sendo útil de alguma forma”.