Ferj muda divulgação dos borderôs e 'esconde' prejuízo dos clubes no Carioca

26/2/2013 12:23

Ferj muda divulgação dos borderôs e 'esconde' prejuízo dos clubes no Carioca

Ferj muda divulgação dos borderôs e esconde prejuízo dos clubes no Carioca
O Campeonato Carioca de 2012, o pior em média de público dos últimos cinco anos, resultou em prejuízo financeiro em 109 dos 134 jogos realizados. Nesta temporada, o número de torcedores nas arquibancadas caiu, mas a ‘conta’ dos clubes mandantes ficou em branco. A Ferj (Federação de Futebol do Rio de Janeiro) mudou a forma de divulgação dos borderôs em relação aos anos anteriores, mostrando apenas a receita das partidas e omitindo o prejuízo sistemático com bilheteria das equipes no torneio. Especialistas consultados pelo UOL Esporte dizem que a medida não respeita o artigo 5º do Estatuto do Torcedor.

Até a temporada passada, o borderô era disponibilizado no site dias após as partidas, como exige o Estatuto do Torcedor, e continha todas as informações sobre o número de ingressos vendidos. Além disso, também eram detalhadas as despesas da equipe mandante com, por exemplo, aluguel de campo, ambulâncias, taxas pagas à federação e recolhimento de impostos.

O UOL Esporte apurou que as críticas de alguns clubes ao formato da competição e a repercussão negativa do prejuízo, principalmente em jogos envolvendo times grandes e pequenos, fizeram com que a Ferj alterasse a maneira de divulgação do boletim financeiro em seu site. Atualmente é impossível saber quanto cada equipe gastou para realizar uma partida.

Através de sua assessoria de imprensa, a Ferj divulgou que a mudança será mantida e que a entidade divulga apenas o que é exigido por lei, já que no seu entendimento, os dados expostos eram de caráter privado dos clubes – seus filiados. A entidade estadual também declarou que a transparência em seus informes não fica prejudicada e tem base no balanço financeiro divulgado ao final de cada temporada.

A visão, porém, não é compartilhada por especialistas na área do direito esportivo consultados pela reportagem. O Estatuto do Torcedor, no capítulo II, artigo 5º, diz que a entidade responsável pela organização do evento - no caso a Ferj - é obrigada a publicar na internet o borderô completo das partidas. O diretor jurídico da CBF, Carlos Eugenio Lopes, não quis se alongar no assunto, mas declarou que a lei é clara ao exigir todas as informações.

“Na qualidade de dirigente da CBF, não devo me manifestar, isso é um problema doméstico e a Ferj tem autonomia para divulgar os borderôs das partidas sob sua organização. Mas a lei que trata sobre o assunto no Estatuto do Torcedor é clara”, declarou o Carlos Eugenio Lopes.

A visão é compartilhada pelo advogado Pedro Alfonsin, especialista em direito esportivo. “A lei determina que seja assegurada ao torcedor a publicidade e transparência na organização das competições administradas pelas entidades de administração do desporto. Se está se falando em transparência, teria de publicar de maneira completa o borderô. Mas isso é um entendimento pessoal, sem jurisprudência”, disse.

O advogado Renato Brito Neto, especialista em Estatuto do Torcedor, endossa o coro dos colegas e é ainda mais enfático ao julgar errado o procedimento da federação.

"Entendo que o artigo 5º é controverso, mas temos que analisar olhando para todas as partes envolvidas. Um dos motivos do borderô ser divulgado é regulamentar a figura do torcedor como consumidor. E se ele é um dos principais interessados naquilo que está ali, não há motivo para omitir nenhum dado ou gasto. Ele tem o direito de saber. Tudo deve ser especificado para torcedor e grande público, e não apenas para times e clubes filiados", argumentou.

Público em queda, mas TV em alta
Responsável pelo prejuízo com bilheteria dos times no Carioca, a ausência de público continua aumentando na competição. No ano passado, nas primeiras sete rodadas da Taça Guanabara, 177.939 pagaram ingresso para acompanhar as partidas. Neste ano, o formato foi alterado e a Taça Guanabara teve uma rodada a mais, já que o confronto foi entre equipes de grupos opostos. Mas nos mesmos sete jogos iniciais, foram contabilizados apenas 136.049 pagantes.

O déficit é minimizado por dirigentes dentro da Ferj, que citam as altas cifras pagas pela TV Globo, dona dos direitos de transmissão, como trunfo para os clubes cariocas. Mas se prejuízos na casa dos R$ 70 mil, como da partida entre Botafogo e Friburguense, pela Taça Rio do ano passado, pesam menos para os times grandes, nos pequenos, os valores geram problemas no fluxo de caixa e nas finanças durante a temporada inteira.

A tendência de estádio vazio e dependência da televisão no Rio contrastam com a exploração das Arenas e arquibancadas lotadas em campeonatos como da Alemanha, Inglaterra e Espanha. O Arsenal lucrou mais de R$ 97 milhões com partidas nos últimos seis meses de 2012. O resultado também inclui além da própria bilheteria, venda de produtos e consumo dos torcedores nos dias de jogos.

1018 visitas - Fonte: Uol


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