Criciúma x Flamengo (Foto: João Lucas Cardoso)


Churrasco e cerveja não são apenas meios de aproveitar o dia ensolarado na capital do carvão, com temperatura na casa dos 35 graus. São meios de concentrar torcedores de Criciúma e Flamengo antes da partida das 16h deste domingo, no Heriberto Hülse. O movimento é intenso nas cercanias do estádio desde pelo menos quatro horas antes do jogo, marcado para as 16h.

Os flamenguistas se concentram na rua Almirante Barroso, fechada pela guarda do município para abrigar os torcedores. Eles cantam músicas de apoio à equipe aglutinados em frente do portão de acesso à torcida do time visitante. Já os criciumenses se espalham entre bares, postos de combustíveis com conveniência, no pátio do Heriberto Hülse ou mesmo em calçadas. Como um grupo que aproveita a ocasião para arrecadar fundos para a viagem para acompanhar o Tigre diante do Fluminense, em outubro.

Um cone com a foto do atacante Fred, do Fluminense, no topo carrega o recado: um espetinho por R$ 3 e dois por R$ 5. Foi uma adaptação de um apetrecho utilizado pelos amigos para torcer pelo Brasil na Copa do Mundo. Diante de uma farmácia fechada, eles se animam e sonham em ir a partida na capital carioca, quando esperam “secar” o camisa 9 do Flu.

- A gente sempre se concentra neste local antes dos jogos, celebramos a amizade e o amor pelo Criciúma. Botamos espetinhos a venda por uma causa nobre, arrecadar fundos para fazermos camisas personalizadas para o jogo fora de casa contra o Fluminense – comentou Gregori Olímpio, vendedor de 30 anos.

No pátio do Heriberto Hülse um outro churrasco aglutina tricolores. Entre eles um carioca com a camisa do Criciúma por amor, e não amizade. Paulo Estrela, de 34 anos, mora no Rio de Janeiro e é criciumense convicto, desde os tempos de menino, quando viu o Tigre ser campeão da Copa do Brasil, em 1991. No seu coração não há espaço para Flamengo ou outro time do estado natal.

- Tenho amor pelo Criciúma que não sei explicar. Meu prazer é a ver a torcida do Tigre cantando o jogo todo – tentou descrever o torcedor que vai se mudar para a capital do carvão em janeiro porque não suporta mais ficar distante geograficamente da equipe.