Como se fosse a primeira vez, Carlos Eduardo pega o Botafogo, domingo, pela semifinal da Taça Guanabara, com a expectativa viver uma experiência inesquecível. A seca de jogos decisivos é tão grande que o camisa 10 não consegue lembrar a última vez que entrou em campo para matar ou morrer. Mesmo ainda meia-bomba fisicamente, o jogador garante que está pronto para o próximo passo de sua relação com o Rubro-Negro: buscar o título estadual.

“Eu coloquei na minha cabeça que aqui eu estava começando uma nova carreira. Tive um bom momento na Alemanha, mas na Rússia fiz poucos jogos. É um recomeço. Para mim, tudo é como se fosse a primeira vez”, disse o meia-atacante.

A sensação de Carlos Eduardo na verdade expõe um de seus problemas: ele anda enferrujado. Em dois anos no futebol russo, foram apenas 13 partidas disputadas. Os treinos e os jogos começam a ter efeito lubrificante no futebol do camisa 10, que aos poucos se solta em campo. Mas o próprio admite que, na hora do vamos ver, tem sentido dificuldade.

“Eu estou sofrendo com o tempo de bola. Nos treinos também. Às vezes, no jogo, demoro a pensar. Mas só treinando e jogando que vou melhorar. Tenho que perder uns quilinhos também. Com trabalho vou chegar ao ideal”, disse o jogador, que afirmou ter se sentido melhor no jogo de sábado contra o Olaria do que na estreia diante do Botafogo.

Carlos Eduardo tenta basear o relacionamento com a torcida na sinceridade. Para ele, a condição física estabelece limites, mas o lado psicológico, abalado pela lesão no joelho direito, é seu maior problema: “Sofri muito. Foram dois anos praticamente parado. Confiança no futebol é tudo. Quando se está confiante, você tira a jogada do além e dá certo. Fiquei triste. Voltando agora, muitas coisas que eu fazia antes com clareza me dão medo. Movimentação... Só com treinos e família ao lado para superar”.