Zico falou nesta segunda-feira sobre o projeto do FC Goa (Foto: Raphael Martins)

Zico convocou nesta segunda-feira coletiva no CFZ para falar sobre a sua nova aventura na Índia. O ídolo do Flamengo, da Udinese e do Kashima Antlers, irá comandar o FC Goa, equipe da recém formada Indian Super League (ISL). A intenção do Galinho é ajudar na expansão do futebol na Índia, trabalho semelhante ao que ele fez no Japão no início da década de 1990.

- É uma experiência semelhante. A Índia não tem resultados na história do futebol. Pelo lado do professionalismo, eles já tem uma pequena experiência. No japão isso não existia. O futebol na Índia é bem simples, mais fraco que os demais campeonatos da Ásia, como japão, China, países árabes e até com relação à Austrália. Acho que a chegada dos estrangeiros vai ajudar no desenvolvimento. Quando fui para o japão, o objetivo era formar o jogador japonês, agora é ajudar a desenvolver o jogador indiano - disse Zico.

A ISL contará com oito equipes, e possui regras bem específicas como a necessidade de cada equipe ter um "jogador símbolo". Neste caso um astro do futebol mundial. Além de Zico, já foram confirmados pelos clubes da nova liga outros nomes de peso como o meia italiano Del Piero, que atuará pelo Delhi Dynamos, e o atacante francês Trezeguet, que defenderá o Pune FC. O ex-jogador aposta que a Índia será um novo campo para jogadores brasileiros.

- É um grande mercado que se abre, espero que seja um novo campo de trabalho para jogadores brasileiros que buscam seu espaço - explicou.

Para uma contratação ser considerada "jogador símbolo" ela deve cumprir três requisitos. O primeiro é ter defendido a seleção de seu país em uma competição oficial, o segundo é ter conquistado pelo seu clube uma competição continental, e o terceiro é ter defendido um clube em uma das principais ligas do mundo.

O FC Goa será a oitava equipe que Zico comandará em sua carreira como treinador. Antes o brasileiro treinou as seleções de Japão e Iraque, além de passagens por Fenerbahçe, Bunyodkor (UZB), CSKA Moscou, Olympiacos e Al-Gharafa (QAT). O Galinho falou sobre essas suas experiências.

- A questão é estar em novos lugares. O trabalho que fiz no Japão mexeu muito no futebol asiático. Ninguém faz nada sozinho, eu fui um dos que acreditou e outros fizeram o mesmo. Agora, não adianta chamar os melhores do mundo se você não mudar a cultura do futebol do país. O Qatar, por exemplo, pode trazer os melhores técnicos, os melhores jogadores, mas de nada vai adiantar se a cultura deles não mudar. Uma alimentação problemática, a questão da religião também influi. Mas tive também aprendizados em diferentes lugares que foram muito prazerosos, como no Uzbequistão. O Iraque também. Se não fossem os problemas políticos do país eles seriam uma potência asiática - analisou.

A ISL é patrocinada pela empresa STAR Sports, grupo de mídia baseado em Hong Kong. A empresa irá transmitir os jogos do torneio para todo o território indiano. A data de início da Indian Super League está marcada para 12 de outubro e vai até 20 de dezembro.