Mosaico - Torcida Botafogo e Flamengo na Arena Amazônia (Foto: GloboEsporte.com)
Não é novidade que, quando o assunto é Manaus, e o personagem é flamenguista ou botafoguense, a trama gira em torno da dramática relação entre o torcedor, o seu sofá e a televisão. Na primeira oportunidade de deixar a sala, os amantes souberam colocar em prática o que costumam fazer sozinhos em casa: 42.391 torcedores compareceram na Arena Amazônia, na noite deste sábado, para acompanhar a vitória botafoguense por 2 a 1 sobre o Rubro-negro. E a festa foi bonita.
A estimativa, segundo a segurança da Arena, é de que o público alvinegro totalizava, aproximadamente, dois mil torcedores. Os outros 40 mil eram da nação rubro-negra. Não que a desproporção tenha sido problema. Num revezamento bem orquestrado, as duas torcidas tiveram seus momentos no estádio amazonense e souberam, cada uma da sua forma, fazer da Arena um Maracanã.
Por quase todo o primeiro tempo a torcida do Bota ficou tímida. “Espremidos” em um único setor da arquibancada, os alvinegros demoraram a superar o grito que vinha de todos os outros setores do estádio. Mas não há gol que não cale um rival, muito menos uma vantagem que não seja comemorada. Aos 33 minutos, Rogério abriu o placar e, mais que isso, deu uma espécie de “permissão” para que os alvinegros iniciassem a festa. A pequena e barulhenta torcida do Botafogo ecoou pelo estádio.
Torcida do Botafogo na Arena Amazônia (Foto: Adeilson Albuquerque)
- Não é porque somos poucos, que não sabemos fazer. É Botafogo, e hoje dois mil calaram 40 mil – provocou o aposentado Jorge Sá, um dos eufóricos botafoguenses na saída do estádio após a vitória.
Programa de pai e filho.
É bem verdade que, logo após a primeira manifestação alvinegra, os flamenguistas não cederam espaço e voltaram a incentivar o clube. No intervalo, à exceção de um o outro caso, as torcidas não causaram problemas para a segurança do estádio.
O clima de festa dominava os corredores da Arena e, com bom humor, os rivais se provocavam. Ao contrário do previsto, o clássico carioca tinha mesmo era cara de programa de família.
Pais e filhos eram os principais personagens da noite.
Torcida do Flamengo na Arena amazônia (Foto: Isabella Pina)
- O clima por aqui foi muito tranquilo. Estou feliz de poder compartilhar esse momento com o minha família com tranquilidade, podendo mostrar o lado bom do futebol. Acho que o sonho de todo pai é levar o filho ao estádio, apresentar a beleza de um jogo e incentivar a paixão por um time – comentou Francinelson Castro, que levou o filho e o sobrinho para um estádio pela primeira vez.
Grito alvinegro
O mais interessante de observar ao desenrolar da partida foi o crescimento do Bota, dentro e fora de campo. O revezamento de gritos e incentivos começou a ficar claro no segundo tempo.
Com um Botafogo insistente e ameaçador, aos poucos, a voz rubro-negra foi desaparecendo. Aos 21 minutos do segundo tempo Wallyson ampliou o placar e quem assumiu o coro, com maestria, foram os botafoguenses apaixonados. Pequena e nada modesta, a torcida usou balões, bandeiras e faixas, e fez bonita festa. Oito minutos depois, aos 29 minutos, Eduardo da Silva diminuiu para o Flamengo, mas era tarde demais para uma reviravolta.
Com o 2 a 1 consolidado, enquanto a torcida botafoguense engrandecia, os rubro-negros começaram a deixar o estádio. Mesmo 20 minutos antes do apito final, a ladeira de saída da Arena Amazônia tomava forma de onda vermelha e preta. Cabisbaixos, era possível ouvir as lamentações dos amazonenses que vão precisar esperar mais um tempo para ver o Flamengo vencer em Manaus.
Comentários do Facebook -