De volta ao Fla, Wallace chuta os clichês para escanteio e fala de eleição, Copa e da classe dos jogadores

2/11/2014 06:03

De volta ao Fla, Wallace chuta os clichês para escanteio e fala de eleição, Copa e da classe dos jogadores

De volta ao Fla, Wallace chuta os clichês para escanteio e fala de eleição, Copa e da classe dos jogadores
Wallace no último treino antes de encarar a Chapecoense: jogador está de volta ao time Foto: Gilvan de Souza / Flamengo / Divulgação

Nada de marcas da moda. Na estampa da camisa que Wallace usava na saída do Ninho do Urubu, na última sexta, o símbolo dos Ramones, extinta banda punk americana. Além do rock, no som de seu carro não podem faltar músicas dos anos 1950, 60 e 70, como as de Marvin Gaye e Nina Simone, ícones do soul e do jazz. Recuperado de lesão e relacionado para o jogo de hoje do Flamengo, às 19h30m, contra a Chapecoense, no Maracanã, ele é tachado de louco pelos companheiros devido ao estilo diferente. Mas o que mais o destaca, é, a rigor, a franqueza. Como a que o leva a analisar sem pudores a própria classe:

— Eu sou rotulado como louco. Mas isso não me incomoda não. Desde a base sou rotulado assim. Você acaba acostumando. Jogador, infelizmente, se nivela por baixo. Não é questão de gostar de ler. É que o atleta poderia fazer mais coisas, se expressar de outra forma. Porque o que ele fala chega a muitos lugares. E muitas vezes desperdiça a oportunidade de falar coisas interessantes para falar: “Vamos buscar os três pontos.” Essa coisa é bem clichê e acho que todo mundo já ouviu, né?

Se há algo que animou Wallace recentemente em relação aos companheiros de profissão foi ter visto alguns se posicionando às vésperas da eleição presidencial. Na semana retrasada, Neymar, Fred e Hernane, entre outros, declararam apoio ao candidato Aécio Neves, que acabou derrotado por Dilma Rousseff.

— Acho importante. Depois de 12 anos de PT, né?

O zagueiro também votou no candidato tucano. Em Conceição do Coité, cidade do sertão baiano de 51.960 habitantes onde ele nasceu, 10.511 famílias são cadastradas no programa Bolsa Família. Mas ele não caiu na dicotomia entre ricos e pobres que dominou a reta final do último pleito.

— O país não vê uma mudança. (A vitória de Dilma) Tem muito a ver com ela falar que vai fazer campanha para os pobres. Acho isso um absurdo. Ela tem que fazer política para toda a população, né? O ponto forte da campanha foi esse negócio de Bolsa Família e Bolsa Escola, que, na minha opinião, deveriam ser complementos e não o sustento em si. Porque muita gente acaba não querendo trabalhar decido a isso. Não vejo a educação melhorar, nem a saúde e vejo a inflação subindo. Então a gente lamenta, né?
A metralhadora de sinceridades não poupa nem mesmo a Copa do Mundo. Sem medo de se comprometer com colegas, o zagueiro afirma sem pestanejar que o despreparo emocional tirou a seleção do Mundial ("o que me incomodou é que os caras estavam chorando em todo jogo"). A partida contra a Alemanha foi sintomática.

— Muita gente criticou a parte técnica do Brasil. Acho que vai passar por mais alguns anos de uma qualidade inferior em relação aos outros países. Porque a formação hoje é muito ruim. Tem jogador que chega ao profissional e não sabe cabecear uma bola ou dar um passe. Isso é visível, né? Eu acho que vocês que acompanham também veem. Mas a questão da seleção, eu acho que foi muito mais psicológica do que propriamente técnica. Nossa seleção não é ruim não. É muito boa. Mas há um código de ética entre os jogadores. Não se fala isso, mas todo mundo sabe: se está tomando de três, quatro, você não se expõe mais. E no Brasil a gente viu que um tava fazendo de atacante, o atacante fazendo de zagueiro... E aí ficou aquela baderna, né? — questiona Wallace, que critica ainda a organização do evento:

— É lamentável você olhar o estádio de Brasília com R$1,4 bilhão (de custo). E falo porque estive lá e vi as coisas. É tudo de má qualidade. O vestiário não tem água quente, as portas são de má qualidade. A gente vê que foi para desviar verba.

Na mesma medida que olha com admiração para o passado (sobretudo o que se refere a cena musical), o futuro é visto com temeridade. Integrante do meio do futebol, ele liga o alerta para a crise financeira.

— Eu, sinceramente, estou muito preocupado. A gente vê, a cada ano, clubes de tradição chegando à decadência, como é o caso de Portuguesa e Guarani, devido a má gestão. E a gente lamenta eles não terem a massa (de torcedores), que os ajudariam a resistir.

Meta de se aposentar no Flamengo

Não ter medo de manifestar opiniões fortes não chega a ser uma novidade na carreira do jogador. No meio do ano, por exemplo, quando o Flamengo estava afundado no rebaixamento, Wallace chamou a atenção ao falar que o time precisava reagir "nem que fosse na base do tapa".

— A gente não chegou às vias de fato, mas se fosse preciso eu faria isso. Graças a Deus tivemos a consciência de entender que precisávamos dar algo mais.

Engana-se quem pensa que o zagueiro é um mal humorado, que de tudo reclama. Ele fala sobre o que o incomoda com a mesma naturalidade que faz elogios. Como os que faz ao Flamengo.

— Já tive sonho de ir para a Europa e hoje não mais. O Flamengo me abriu as portas que estavam fechadas. E é um modo de gratificação, de dar uma retribuição ao clube.

Mesmo com 26 anos, ele já planeja a aposentadoria. O Rubro-negro pode ser seu último destino antes de pendurar as chuteiras.

— Minha intenção hoje é encerrar a carreira com 33, 34 anos. E que eu não precise sair, né? Gosto da cidade. Gosto do clube. Tudo conspirou para que as coisas dessem certo aqui.

956 visitas - Fonte: Extra Globo


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