Seus nomes carregam décadas de história norte-americana, escândalos e tragédias. Mas Kennedy, Lincoln e Nixon não querem saber, e muito menos brilhar na política. As três jovens promessas de Flamengo e Fluminense com nomes de ex-presidentes dos EUA buscam afirmação no futebol brasileiro e nas seleções de base. Apesar da coincidência, cada um carrega um motivo distinto e apenas o atacante do Flamengo leva a homenagem no nome.

Nixon subiu para o time principal do Flamengo no final do ano passado, pelas mãos do técnico Dorival Junior. O jogador, nascido na cidade de Juazeiro, na Bahia, explica que o nome foi dado por seus avós ao próprio pai, o primeiro a carregar o nome do presidente conhecido pelo escândalo de Wattergate e único a ter renunciado na história norte-americana. A família gostou, apesar da trajetória polêmica, e o Nixon filho herdou a homenagem.

“Meu pai também se chamava Nixon, ele nasceu nos anos 70, justamente na época que o ‘original’ havia se tornado presidente nos Estados Unidos. Como ele gostava do nome, a família achava diferente e bonito, acabaram colocando em mim também”, conta o jogador do Flamengo, que atuou seis vezes como titular neste Campeonato Carioca, com um gol marcado.

Promessa valiosa no Flu
No Fluminense, quem leva um pedaço da política norte-americana no nome é o atacante Roberth Kennedy, destaque da equipe na conquista do torneio Al Kass Cup, no Qatar. Apesar de ter quase o mesmo nome do irmão do ex-presidente John Kennedy [Robert Francis Kennedy], o jovem diz que a escolha veio da irmã mais velha, Stefany, e que a homenagem é na verdade para um ex-jogador do Botafogo.

“Foi uma escolha da minha irmã, ela era criança quando escolheu. Na certidão de nascimento é sem a letra ‘h’ no final e com apenas um ‘n’ no Kennedy, mas adotei essa maneira de escrever. Sei que o Kennedy foi um presidente norte-americano, mas não sei muito bem a relação com o meu nome”, disse o jogador, que renovou contrato com o time das Laranjeiras na última quinta-feira até fevereiro de 2016.

Kennedy é apontado como uma das grandes promessas da base tricolor. Ele foi eleito melhor jogador de duas partidas da competição internacional conquistada pelo Fluminense em fevereiro, recebendo quase R$ 4 mil em prêmios. O jovem de 16 anos tem multa milionária para clubes interessados em contratá-lo e é bastante blindado pela diretoria tricolor, que tenta evitar o assédio exagerado em torno do camisa 19.

Assim como Kennedy, o zagueiro Lincoln, é presença constante nas convocações das seleções de base. Ambos foram chamados pelo técnico Alexandre Gallo para a preparação da seleção Sub-17 no Sul-Americano da categoria. O homônimo de Abraham Lincoln, porém, não tem nenhuma relação com a história do político retratado recentemente nos cinemas pelo diretor Steven Spielberg. Buscando um lugar ao sol, nos próximos anos, um pouco da política norte-americana pode desfilar por gramados brasileiros.