Paulo Bracks: Campeonato Carioca, uma tropa de elite sem diálogo

2/2/2015 09:11

Paulo Bracks: Campeonato Carioca, uma tropa de elite sem diálogo

Confusão após conselho arbitral no início do estadual no Rio remete ao filme de José Padilha, mas quem se propõe a ajudar? Vamos levantar a bandeira branca

Paulo Bracks: Campeonato Carioca, uma tropa de elite sem diálogo
O imbróglio prévio ao início do Campeonato Carioca de Futebol 2015 nos remete ao ano de 2007. José Padilha, Wagner Moura e cia, com seus bordões históricos e o inesquecível e marcante "Tropa de Elite". Mas o torcedor carioca não quer ver mais guerra civil, fuzil na mão, sangue derramado e corpo no chão. Quer ver futebol. Mas quem se propõe a ajudar e pacificar? Flamengo, Fluminense, Federac?a?o do Rio, Concessiona?ria, Maracana?, Imprensa, Geraldinos e Arquibaldos. Vamos levantar a bandeira branca.

“Bota na conta do papa!”

Tudo parece ter começado quando, após votação do conselho arbitral, os preços dos ingressos para todos os jogos do campeonato foram cortados ao meio. Um inédito “fifty fifty” que não agradou geral. Contra esta decisão, e escudado no parceiro do histórico Mario Filho, a dupla do “ai, Jesus” (Fla-Flu) protestou. Com razão? Preço reduzido (goela abaixo?) é sinônimo de estádio cheio ou a causa das cadeiras vazias é diversa? A imponente violência social tem relação com preço de ingresso? A Cidade Maravilhosa é outra se as pessoas estão no estádio e não na rua? Deve-se criar uma liga de clubes ou a liga dos dissidentes? Chamem o Bope para opinar, mas sem colocar o Pontífice para pagar a conta, com ou sem desconto de 50%.

“Capitão, vai dar m... Nascimento, ordens são ordens!”

Em sequência, a Ferj, utilizando-se do regulamento aprovado pelos clubes (e aqui sempre é salutar a crítica para alguns dirigentes, aqueles que dificilmente param seu precioso tempo para ler algo imprescindível e crucial em todo campeonato: a sua norma), transfere o mando de campo do clube das Laranjeiras do Rio para a Cidade do Aço. Regulamento pode ser questionado, e a Justiça desportiva é a competente para dirimir. Mas a substituição do estruturado Maracanã pelo modesto Raulino deixa mais dúvidas e preocupações. Quem é o mandante? De quem é a prerrogativa para designar uma praça de desporto? De quem é o campeonato? E quem deve escolher onde o clube deve jogar? Tempos são outros, é o que parece. Diálogo, pra que te quero? Ordens são ordens, já vociferava a patente superior, mas o cumprimento delas pode dar problema, disto não tenham dúvida.

“O senhor é um fanfarrão, xerife!”

O clímax deste filme de péssimo gosto foi a reunião do último dia 30, em que a discussão entre alguns participantes mais combinava com uma operação para invadir e tomar um morro sem pacificação. Genitoras, notas, orifícios e abandonos. Baiano e Capitão Nascimento tiveram conversa mais digna. Contudo, afinal, quem era o xerife e quem foi o fanfarrão? Liberdade de expressão não se confunde com licença para atacar e ofender, ainda mais sem legenda para os telespectadores e torcedores. Conselho arbitral não pode ser arbitrário, e conselho dialoga mais com consenso do que com baixaria.

“Não vai subir ninguém!”

Cogitou-se de o Flamengo deixar de disputar o campeonato? Se o fizer, a previsão é de multa e rebaixamento automático para a divisão inferior do estadual. Olha o regulamento aí de novo. Vale pagar este preço para representar uma discórdia? E disputar o campeonato sob protesto, significa, na prática, o quê? Prazos serão descumpridos? Faixa preta no braço será usada? Regulamento será observado? Há como existir retaliação de uma entidade regional do desporto em desfavor de um clube no certame? Se não vai cair ninguém, não vai também subir. A grandeza do clube não permite a decisão de se apequenar. E que todos fiquem harmônicos onde estão e onde irão certamente continuar.



“Quem quer rir tem que fazer rir!”

O diálogo deve existir em todas as áreas do esporte. E, quando se tem um campeonato tradicional e que influencia o dia a dia de todos os cariocas, o mínimo que se espera é que sentem à mesa presidentes e representantes de clubes (grandes e pequenos), responsáveis pela federação, pelas concessionárias, pela imprensa, para um fim que deveria ser comum: um espetáculo à altura da história. Se querem rir, comemorar e celebrar, não é discordando desta maneira que o resultado virá.

“Missão dada é missão... cumprida?”

A interrogação deve ser dirimida com a intensidade do filme nacional, mas com papo reto. Missão de fazer um campeonato digno, missão que deve ser cumprida. Nascimento, Baiano, Neto, Fábio e Xaveco podem ter natural dificuldade de achar o denominador comum, mas os protagonistas do extracampo do futebol carioca não têm o direito de guerrear por um produto tão estimado por todos do estado. Não à discórdia, sim às cavadinhas em pênaltis, gols de barriga, golaços decisivos de falta, fantasiados na geral, beijoqueiros invasores e festa no Maracanã. Rio não deve ser palco de guerra, mas sim de bola rolando.

Com a mente no mundo jurídico, o olhar voltado para a arte do futebol, Paulo Bracks escreve sobre o resultado dessa junção. Críticas de um telespectador, de um comentarista de rádio, de um advogado, de um ex-auditor do STJD, de um professor, tudo isso em um só espaço e com um só desejo: levar ao leitor do GloboEsporte.com uma opinião sobre regulamentos, estatutos, códigos, normas do futebol, tudo o que circunda o campo deste esporte quase cinematográfico, e o das leis, com a sutileza para um leigo se tornar um expert. Afinal, futebol é uma sétima arte, uma aula a cada jogo!

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