Rafinha (à esquerda) disputa a bola em treino da seleção olímpica (Foto: Fernando Madeira/A Gazeta)
Rafael Alcântara nasceu em São Paulo, mas virou jogador de futebol na Europa. O pai é Mazinho, campeão mundial em 1994; o irmão, Thiago, optou por defender a Espanha. Mas Rafinha, longe de casa há muito tempo, sempre soube o que queria: defender a seleção brasileira. Convocado para o time olímpico, o meia do Barcelona, de 22 anos, poderá, enfim, fazer seu primeiro jogo oficial na terra natal na sexta-feira, contra o Paraguai sub-23, em Vitória, no Espírito Santo. Pode parecer clichê, mas, no caso do garoto, é compreensível ouvi-lo falar de um sonho realizado.
- A sensação é maravilhosa. É um sonho que virou realidade. Sempre sonhei em poder jogar no Brasil, ainda mais na seleção olímpica. É uma felicidade enorme para mim – disse o jogador, que chegou a defender a seleção sub-19 da Espanha.
A estreia de Rafinha está marcada para sexta-feira, quando o Brasil enfrenta o time olímpico do Paraguai no estádio Kléber Andrade, em Vitória, no Espírito Santo, às 21h30 (de Brasília). Mas este não será o único debute do brasileiro na semana: no domingo, ele disputou pela primeira vez o clássico entre Barcelona e Real Madrid.
- Para um garoto que foi formado no Barcelona, um dos sonhos dele é poder jogar o clássico um dia. Graças a Deus pude realizar, mesmo que por pouco tempo. Mas fiquei muito feliz por participar desse jogo.
RAIZ BRASILEIRA
Rafinha vai jogar sua primeira partida
oficial no Brasil (Foto: Felipe Schmidt)
Na seleção olímpica, Rafinha chega como um dos nomes mais badalados do elenco. Ele não pôde estar com o time nos amistosos de outubro e novembro de 2014, por causa de lesões, mas esteve no Catar em setembro, no início do projeto. Antes disso, fez parte da seleção sub-20 em 2013, quando o time foi eliminado ainda na primeira fase do Sul-Americano, um momento que ele não gosta de lembrar.
- Foi importante para mim, porque era minha primeira vez na seleção, pude realizar um sonho. Como jogador de futebol, não teve muita coisa boa para somar. Foi o caminho que escolhi, e graças a Deus agora estou aqui. Venho para ajudar. Acho que tem grandes jogadores. Vim para somar e dar o melhor de mim.
Apesar de tanto tempo fora do Brasil, Rafinha mantém as raízes. É flamenguista, volta ao Rio de Janeiro duas vezes por ano, ouve música brasileira...
- Toda a minha família é brasileira, isso é fácil. Gosto de pagode, pop, estou sempre escutando. Meus melhores amigos estão no Rio. Sou flamenguista (risos). Sempre acompanhei o Flamengo, sempre gostei. Respeito todos os times do Brasil, mas sempre olhei o Flamengo de perto.
"RIVALIDADE" NA FAMÍLIA
O bom relacionamento com o pai e o irmão faz com que Rafinha respeite a opção de Thiago em defender a Espanha. O meia do Barcelona, aliás, não esconde a admiração pelo atleta do Bayern, a quem considera um dos melhores do mundo. O único ponto de discussão está com o vascaíno Mazinho.
- É a única discussão em casa (risos). No domingo (vitória do Flamengo sobre o Vasco) deu para gastar um pouquinho – brincou o jogador.
Ainda nos tempos de Barcelona, Thiago recebe um beijo do irmão Rafinha (Foto: Miguel Ruiz / FC Barcelona)
CONVIVÊNCIA COM CRAQUES NO BARÇA
Além de Thiago, Rafinha admira também os craques do Barcelona. Ele vê na convivência com estrelas como Suárez, Messi e Neymar a chance de evoluir como jogador.
- Eles são pessoas super normais, tranquilas, gente boa. Aprendo a cada dia com eles. É uma sorte imensa poder treinar com os melhores do mundo.
Rafinha brinca com Neymar em treino do Barcelona (Foto: Agência EFE)
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