3/4/2015 14:17
Luxemburgo fala em ditadura e dispara contra punição
Treinador foi punido por "falta de conduta ética" após declarações criticando a Ferj em março (Foto: Gilvan de Souza)
Mais uma polêmica marcou a manhã desta sexta-feira no Flamengo. Em pronunciamento na sala de imprensa do Ninho do Urubu, o treinador disparou contra a punição sofrida pela Ferj (Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro), que o impedirá de comandar a equipe no clássico deste domingo, contra o Fluminense, no Maracanã.
Lembrando o instável momento político sofrido pelo país na atualidade e as diversas manifestações que se decorreram no território nacional, contra ou a favor do Governo, desde junho de 2013, Vanderlei exaltou o sistema democrático, e definiu a atitude da federação como algo próprio de uma ditadura.
“A democracia foi conquistada através de lutas do povo brasileiro. Essas lutas quebraram a ditadura e nos deram o direito de se expressar sem repressão. Como cidadão, me senti violentado. Não podemos voltar a viver em uma ditadura”, declarou.
A suspensão do técnico veio após uma polêmica declaração dada por Luxa no dia 24 de março, alegando que o clube deveria “dar porrada” na federação devido à restrição de inscrições de jogadores oriundos das categorias de base. A regra revoltou o técnico, que, nesta sexta, explicou a expressão.
“A expressão ‘dar porrada’ não foi usada no sentido de agressão. É uma expressão que vocês da imprensa também usam. É uma tentativa de moralizar um segmento que não tem moral nenhuma”, disse. “Em um momento no qual perdemos por 7 a 1, decidi me posicionar contra essa regra. Sou contra qualquer federação que impeça garotos de jogar futebol”, completou.
“Vou continuar tentando criticar aquilo que precisa ser criticado, no futebol que é o meu segmento. Que meus netos e minhas filhas possam viver em um sistema democrático melhor que esse. Não vão me calar! Se quiserem me tirar do Campeonato Carioca, que me tirem”, disparou.
Quando a declaração parecia estar acabada, Vanderlei decidiu inovar no protesto. Tirando uma fita adesiva da mesa da sala de imprensa, colou-a sobre a boca e disse: “Não vou me posicionar até que eu tenha novamente meu direito de liberdade”, deixando, depois disso, a sala de imprensa.
631 visitas - Fonte: Gazeta Esportiva
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