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Eduardo Bandeira de Mello teve problemas com a Ferj durante o Campeonato Carioca

O Campeonato Carioca de 2015 é passado, mas o Flamengo já sabe: não deseja voltar à competição nos mesmos moldes em 2016. Por isso, estuda alternativas e não pretende colocar a guerra com a Ferj em banho-maria mesmo após o fim da competição. Entre estudos jurídicos e muitas discussões, a diretoria analisa os caminhos viáveis. Para isso, cogita até mesmo abrir mão das cotas de tv do Estadual do próximo ano, se necessário.

Entre o vaivém dos corredores da Gávea, muitas sugestões foram dadas para criar o embate contra a Ferj. Levar o time para disputar a Copa do Nordeste ou o Campeonato Paulista estiveram em pauta. Mas no campo da realidade, a diretoria, auxiliada pelo departamento jurídico, entende que um rompimento desta barreira é praticamente impossível no panormaa atual do sistema federativo do futebol brasileiro.

Para disputar a competição do Nordeste ou o Paulistão, o time teria de ter a anuência da própria Ferj. Do contrário, apenas criando um clube nos estados, iniciando a batalha nas divisões inferiores. Por isso, a criação de uma liga com a participação de outros clubes descontentes com federações locais é cogitada. Além dos rubro-negros, o Fluminense, Coritiba, Atlético-PR e Cruzeiro teriam interesse.

Neste ponto, outra dificuldade: a costura política. Criar uma liga e abandonar o Estadual é possível, mas apenas com o aval da CBF. Há conversas em torno do tema, com elaboração de um estatuto próprio. Mas a avaliação interna é de que a tarefa não será fácil por mexer com velhas estruturas interligadas do futebol brasileiro. Diante disso, em outra ponta o ataque à Ferj deve continuar.

Na última semana, Flamengo e Fluminense votaram contra a aprovação de contas da entidade, que ocorreu por maioria de votos. Entre provocações e ironias, o clima na reunião foi hostil para a dupla, que enfrentou abertamente a instituição e seu presidente, Rubens Lopes, durante a disputa do torneio. O objetivo é seguir com desgaste público e apontar falhas na administração da Federação, principalmente a falta de transparência.

Em 2015, o Flamengo ganhou cerca de R$ 6,6 milhões com o Campeonato Carioca. R$ 4,6 milhões relativos às cotas de tv e R$ 2 milhões com bilheteria, apesar de ter arrecadado próximo de R$ 8,9 milhões. Com descontos como a taxa cobrada pela federação e custos do Maracanã, por exemplo, esse valor caiu. A asfixia financeira, com negociação direta de direitos de tv, também continua em pauta. O campeonato chegou ao fim. A guerra entre Flamengo e Ferj, no entanto, ainda está longe de qualquer desfecho.