Infância humilde, garoto-propaganda e paixão por cavalos: a vida de Paolo Guerrero, novo reforço do Flamengo (Foto: Marcos Ribolli)
Paolo Guerrero chega para ser a grande estrela do Flamengo em 2015. A contratação do centroavante foi confirmada nesta sexta-feira e ainda não houve apresentação, uma vez que o atleta está em Lima junto da seleção peruana em preparação para a Copa América. Guerrero virá para o Rio de Janeiro apenas ao fim da competição, que vai de 11 de junho a 4 de julho.
É em Lima, aliás, que se resguarda a história de Guerrero. Da infância humilde no bairro de Chorrillos à morte do tio querido. Há anos, o atacante é uma estrela também no país. Especialmente depois de 2012, quando marcou o gol do título mundial do Corinthians contra o Chelsea. Virou febre na capital. De garoto-propaganda a nome de prato em restaurante.
Abaixo, veja algumas curiosidades sobre a vida do novo reforço rubro-negro.
O pequeno Guerrero com seu tio Caico, morto em acidente aéreo, e a equipe do Alianza Lima na década de 80 (Foto: Arquivo Pessoal)
Quando criança, Guerrero era muito próximo do tio José "Caico" Gonzales Ganoza, goleiro do Alianza Lima, do Peru. À época, era apenas o mascote da equipe e acompanhava-o nos jogos do time em casa. Aos três anos de idade, Guerrero perdeu o tio em um trágico acidente aéreo que matou 43 pessoas, entre elas, todos os jogadores titulares, reservas e comissão técnica da tradicional equipe peruana - apenas o piloto sobreviveu. O Fokker F-27, da Marina de Guerra do Peru, caiu próximo ao Aeroporto Jorge Chavez, de Lima, no mar de Ventanilla. Até hoje, não foi esclarecida a causa da queda.
Dizem que Guerrero tem medo de avião devido ao acidente que matou seu tio. Ao GloboEsporte.com Juan Gonzales Ganosa, irmão da mãe do atacante e do próprio Caico, disse acreditar que parte da aversão de Paolo a aviões tem, sim, ligação com a tragédia. Julio Rivera, seu irmão, porém, nega. Ele lembra que Paolo não tinha noção do que acontecera quando pequeno.
Guerrero (ao centro) na base do Alianza Lima (Foto: Reprodução)
Paolo Guerrero tem na árvore genealógica seu DNA boleiro. Por parte da família de sua mãe, Petronila Gonzales, o novo jogador do Flamengo conta com três parentes que também passaram pelos campinhos.
Além do tio José Gonzales “Caico” Ganoza, goleiro falecido em uma tragédia aérea na década de 1980, e de dois tios-avôs, que jogaram no River Plate e no Boca Juniors, os três irmãos (de pais diferentes) de Guerrero também tentaram a sorte na bola. Todos passaram pela base do Alianza Lima, mas só Julio Rivera, o mais velho, conseguiu destaque. Inicialmente ponta-direita e depois lateral, ele foi vice-campeão da Libertadores com o Sporting Cristal diante do Cruzeiro, em 1997.
A Avenida Brasil de Paolo Guerrero, em Lima (Foto: Marcelo Hazan)
Paolo Guerrero viveu sua infância - humilde - na Avenida Brasil. Não a do Rio de Janeiro, mas a do bairro de Chorrillos, em Lima. Foi lá onde deu seus primeiros chutes na bola. Hoje, a rua se chama Abrahan Ballenas, mas as placas de algumas casas conservam o nome tradicional.
Apenas o tio, Juan Gonzales Ganosa, segue morando no mesmo local onde o centroavante passou sua infância. A mãe do jogador ainda vive em Chorrillos, mas em uma casa bem melhor, comprada por Guerrero.
Guerrero virou até nome de prato de comida em um restaurante de Lima (Foto: Marcelo Hazan / Globoesporte.com)
Guerrero já era um nome bem famoso no Peru desde antes de pisar no Brasil - e vir a se tornar campeão mundial com o Corinthians. Ganhou o apelido de "El Depredador", por conta de um penteado rastafári usado em 2004, quando atuava no Bayern de Munique, em uma referência ao monstro do filme "Predador". Seu nome passou a ser mais comentado em 2011, quando foi o artilheiro da Copa América pela seleção peruana, com cinco gols - a equipe terminou a competição em terceiro lugar.
Após 2012, porém, tornou-se um grande garoto propaganda nas cidades peruanas. Nas farmácias de Lima, banners e bonecos de papelão com seu rosto divulgavam uma marca de remédios. Em um de seus restaurantes preferidos, virou nome de prato no cardápio. Foi cogitado ainda a virar um dos embaixadores da "Marca Peru", iniciativa do Ministério de Comércio Exterior e Turismo para divulgar o país pelo mundo.
Paixão passada de pai para filho. Foi o seu José Christian quem passou a levar Paolo Guerrero para as corridas de cavalo. Hoje, o centroavante pode fazer uma corrida na sua própria casa. Por um tempo, chegou a ter 14. Atualmente, tem oito ou nove. Três foram comprados na Argentina. Quem cuida dos animais em Lima, claro, é o pai do jogador.
Guerrero adota nomes especiais para si para chamar os bichos. Além da égua Dona Pê (sua mãe) e do cavalo José Christian (seu pai), tem a Iguatemi (um shopping que costumava frequentar muito em São Paulo) e o Pacaembu (estádio usado pelo Corinthians).
- Tem também a égua Dona Pê e o cavalo José Christian. São os meus pais, só que os dois cavalos são muito ruins (risos) - contou, em entrevista realizada ao GloboEsporte.com em 2014.
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