Wallace: palavras fortes e bom humor para explicar atual situação do elenco do Rubro-Negro (Foto: Fred Gomes)

Capitão do Flamengo, Wallace foi firme nas palavras durante entrevista coletiva concedida na tarde desta segunda-feira, no Ninho do Urubu, um dia depois de o Rubro-Negro perder por 3 a 2 o clássico contra o Fluminense, no Maracanã – com apenas um ponto conquistado em 12 disputados, a equipe é a 18ª colocada no Brasileirão, na zona de rebaixamento . Segundo o zagueiro, a incessante busca da diretoria por reforços não provoca no grupo um sentimento de desvalorização. Ou pelo menos, segundo o próprio, não deve gerar. Ele tratou como "babaquice" a possibilidade de isso acontecer dentro do elenco.

– O Guerrero virá e vai nos ajudar para caramba. Segundo ponto: ele não vai resolver sozinho, temos que ajudá-lo a fazer gols. Terceiro ponto: temos que encarar com naturalidade (a cobrança por resultados e contratações). Você está jogando, e o cara que está no banco quer o seu lugar. É uma babaquice alguém se sentir incomodado com a possibilidade de qualificar o grupo. Se vier para o gol, meio ou defesa... Se for para resolver, ótimo. Se for só mais uma contratação, vou discordar. Se for jogador pontual, será recebido da melhor forma. Temos que jogar melhor. Futebol é que nem matemática: dois mais dois é quatro. Se vencer, aí não vai se falar em contratação, em defesa ou ataque. Nós temos que sentir na pele, e talvez isso sirva de alerta. Não quero dar minha vaga para ninguém. Quando se perde, já ficam pensando em contratação, o que dá impressão de que é falta de qualidade, e isso não é verdade – afirmou o camisa 14.

O defensor insistiu durante a coletiva de que falta confiança ao grupo, consequência dos tropeços nas quatro primeiras rodadas do Brasileiro. Brincou, afirmando que é preciso começarem a sair no tapa para resolver a questão psicológica, pois considera o grupo unido demais. Situação que ironizou.

– O grupo tem um bom relacionamento, todo mundo se dá bem. Às vezes, vamos ver se saio na porrada com alguém para ver se as coisas mudam. Nos damos tão bem e não conseguimos vencer. Com o Vanderlei também não tinha nada. Ele era muito bem quisto, inclusive. A grande maioria frequenta a casa do outro, situação que vocês sabem que não é normal no futebol. Vamos ver se é isso que prejudica o time, o fato de cada um se dar tão bem com o outro – brincou.

Simplicidade é a palavra do momento para Wallace. Para ele, o fundamental é voltar a vencer, independentemente de jogar bem ou mal.

– Temos de voltar ao simples. É fazer 1 a 0 e fechar a casinha. Aí a torcida volta a apoiar, a gritar o nome dos jogadores. Talvez pelo fato de não conviver nos bastidores, vocês não sabem que o jogador se sente extremamente inseguro com resultados ruins. Você joga mal e vence, aí ganha confiança. Contra o Avaí, fazíamos boa partida até sofrermos um gols com a interferência da arbitragem. Isso tira a confiança. Tudo que tem de ser feito, fazemos. Nos reunimos, colocamos em pauta coisas que precisávamos rever, mas só tem acontecido resultado adverso. A partir do momento que vencermos, tudo voltará ao padrão. Já passei por momentos de vencer e jogar mal. Nesse Brasileiro ainda não fizemos uma partida convincente – admitiu.

O Flamengo volta a treinar na manhã desta terça, às 10h, e segue para Belo Horizonte, onde encara o Cruzeiro, 19º colocado, quarta-feira, às 22h, no Mineirão.