Futebol e Ficção: A ciranda maluca dos técnicos

5/6/2015 07:29

Futebol e Ficção: A ciranda maluca dos técnicos

Futebol e Ficção: A ciranda maluca dos técnicos
(FOTO Gil Leonardi)

O futebol brasileiro é uma máquina de moer técnicos. Gênios viram imprestáveis, bestiais se transformam em bestas rapidamente, e assim caminhamos, sem um pingo sequer de solidez. O cargo de treinador é instável por natureza, a paixão do torcedor, em medidas diversas a depender da cultura local, fica à merce do ânimo da arquibancada e da firmeza dos dirigentes. Mas pera lá (!!!), como diria o matuto despojado. Na terça-feira, horas antes de Marcelo Oliveira ser despejado da Raposa, uma pichação em sede administrativa do clube pedia a cabeça do técnico, assim como do presidente Gilvan de Pinho Tavares, os classificando de “parasitas”. Você, que quero acreditar um razoável leitor, deve estar espremendo os olhos, incrédulo. Sim, Marcelo Oliveira, bicampeão pelo Cruzeiro com times sem badalação – ao menos no início – foi, um semestre depois do segundo troféu, descartado sem nenhum pudor. “Obrigado, até logo, passar bem”, assim, como um sujeito qualquer, irrelevante.

Em seu lugar, assumiu Luxemburgo, que saiu às turras do Flamengo. O homem convocado para salvar o Cruzeiro, como se, vejam bem, o ATUAL BICAMPEÃO BRASILEIRO precisasse de salvação com a temporada ainda caminhando para a metade. A lembrança da gloriosa e já distante temporada de 2003, com a tríplice coroa, foi um dos trunfos, um dos itens valorizados na cesta. Notem aqui como anda tresloucada a coisa. Mais vale o de 12 anos atrás que o de agora, recente. Se a eliminação da Libertadores teve esse peso todo, não custa lembrar que em 2014 a Raposa também caiu no torneio, juntou os cacos, Marcelo deu liga ao time e o bicampeonato aconteceu.

Na mesma semana, o São Paulo apresentou o colombiano Osório, uma novidade por aqui. O clamor por técnicos estrangeiros no país faz sentido. Esse tipo de experiência permite, talvez, que se saia da mesmice e quebre uma pretensa reserva de mercado dos profissionais ”made in Brasil”. Além de arejar o ambiente com novas ideias. A questão é: terá tempo para trabalhar ou será mais uma vítima desse trator das urgências? O presidente tricolor declarou que cumprirá o contrato de dois anos. Oxalá! No ano passado, o Palmeiras contratou o argentino Gareca e ele rapidamente sucumbiu aos maus resultados. Foi um sopro, uma lufada.

O Brasileirão derruba em média um técnico por rodada, o que dá a medida da falta de criatividade da cartolagem dos trópicos. É sempre a solução mais simples e óbvia ceder à pressão de torcedores e corneteiros de bastidor. É natural que resultados afetem o ânimo, está no cerne do torcer mover-se de acordo com vitórias e derrotas. Mas quando o humor torna-se a única bússola, a resposta é repetida e perdemos a noção das competências. Fica cada vez mais difícil avaliar o trabalho dos técnicos dado o pouco período que ficam empregados em um clube.

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