GILVAN DE SOUZA/FLA IMAGEM
Rodrigo Caetano na apresentação de Alan Patrick e Ayrton

Vanderlei Luxemburgo deixou o Flamengo há quase três semanas, mas algumas palavras do ex-treinador reverberaram nas paredes da Gávea. E, aos poucos, a estrutura do futebol rubro-negro começa a se ajustar em alguns pontos. A saída de Alexandre Wrobel do cargo de vice de futebol somada à oficialização do conselho gestor do departamento no comando tem também um objetivo: dar força ao papel de Rodrigo Caetano.

Durante sua coletiva de despedida, Luxemburgo apontou que o diretor de futebol estava "de pés e mãos atadas porque o (conselho) gestor veta tudo". Aos poucos, Caetano toma mais para si, com anuências dos cardeais da diretoria, a voz e a cara do futebol do clube. Sem Wrobel, que teve participação fundamental na negociação de Guerrero, ele é o indicado para falar publicamente sobre questões como contratações.

Sua autonomia no futebol passa a ser um pouco maior sem a influência diária de Vanderlei Luxemburgo. A intromissão do técnico em assuntos além do campo, como contratações, aliás, foi um dos motivos de sua queda. A liberdade de Caetano, no entanto, tem limite, apesar do maior espaço. O conselho gestor do futebol, que tem no topo o presidente Eduardo Bandeira de Mello e o vice de finanças, Rodrigo Tostes, e do qual o próprio diretor faz parte, continua soberano nas decisões. A intenção após conversas internas, no entanto, é dar maior proteção a Caetano para sua atuação no dia a dia.

O profissional era antigo sonho de consumo da diretoria rubro-negra. Se poder contar com ele em outras oportunidades, Paulo Pelaipe e Felipe Ximenes, este com breve passagem, tiveram oportunidades, mas acabaram demitidos. A visão da cúpula é que Caetano tem melhor trânsito no mercado e reconhecimento para atuar em questões debatidas pelo conselho de futebol.