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Paulo Victor é carregado em um carrinho de obras após lesão no Ninho do Urubu
A cena do goleiro Paulo Victor carregado em um carrinho de mão em meio à chuva no Ninho do Urubu chamou a atenção. Internamente, a repercussão foi ruim, com irritação pela exposição negativa. E, de quebra, levou a questionamentos sobre o andamento das obras para conclusão do CT rubro-negro. O clube busca finalizar ao menos o modo profissional de modo mais rápido. Mas segue sem previsão. Falta verba. Para terminar o CT com seu projeto original, o Flamengo calcula precisar de R$ 50 milhões. E, por enquanto, utilizou o que tem em caixa para outra prioridade: elevar o patamar do time, com contratações de Emerson e Guerrero, por exemplo.
"A gente está fazendo a obra de acordo com o recurso incentivado que temos, principalmente. Esperamos e vamos terminar o CT. Isso vai ser terminado. Você tem o clube para cuidar, o time para contratar e o CT para investir. Hoje a qualificação do time futebol se faz necessária depois de dois anos sem dinheiro. Agora a gente tem de mudar o patamar do time, foi decidido e está sendo feito", disse Wallim Vasconcellos, vice de patrimônio desde 2014, quando deixou a pasta do futebol.
Paulo Victor saindo do campo 5 do CT em um carrinho de mão, no entanto, está longe de ajudar na imagem do clube. Carros elétricos para remover o goleiro, que fraturou o tornozelo, não faltavam. Segundo Wallim, existem quatro fornecidos pela Gatorade, em parceria com o clube. Um deles com maca. O problema é o caminho do departamento médico até o campo 5, um dos mais afastados do CT rubro-negro, em meio a poças, lama e solo irregular em dias de chuva.
"O carrinho da maca estava lá, disponível. Como choveu muito e a gente estava pavimetando o local, ia demorar a chegar, tem buraco, etc. Para voltar a mesma coisa. Se alguém autorizou que ele fosse transportado naquele veículo, tem de saber com o (Rodrigo) Caetano.. De repente faltou alguém cumprir algum procedimento. O médico parece que disse que não afetou em nada. Era só um problema de acesso ao local por conta da movimentação. A imagem foi ruim? Foi. Mas alguém tomou a decisão", disse Wallim Vasconcellos.
O trecho irregular entre campo e departamento médico está entre as melhorias traçadas para o CT. Segundo o dirigente, a opção foi pavimentar o terreno da entrada do Ninho do Urubu até os campos 1 e 2, mais próximos de vestiário, sala de musculação e departamento médico. O restante será feito posteriormente, com a entrada de mais verba.
"Quando fomos fazer a sondagem do solo se descobriu que é muito pantonoso. Depois ia ter de fazer outro tipo de piso. Foi pedido para fazer a pavimentação na entrada para os campos 1 e 2. Então atrasou. Não adiantava fazer e daqui a dois ou três meses estar esburacado e ter de fazer de novo. A pavimentação já está planejada há muito tempo", afirmou Wallim Vasconcellos.
No fim de 2013, o clube fechou parceria com uma empresa de material de construção, a Lafarge, que se comprometeu a investir R$ 1,5 milhão no CT. A conta para o término da parte destinada ao futebol profissional girava em torno dos R$ 18 milhões. Neste espaço o planejamento contempla 24 suítes equipadas com aparelhos de tv, cozinha industrial, refeitório, auditório, sala de jogos, sala de imprensa, vestiário e um centro de fisioterapia. Para finalizar todo o CT, com os 108 alojamentos e estrutura básica do modulo destinado à base, seria necessário um total de R$ 50 milhões, segundo o atual vice de patrimônio.
PEDRO HENRIQUE TORRE/ESPN.COM.BR
Módulos 16 e 17: obras deterioradas
Também em 2013, no segundo semestre, o clube aprovou a captação de até R$ 12,5 milhões por meio da Lei do Incentivo fiscal. A promessa da Prefeitura do Rio de doar R$ 5 milhões ao Flamengo para ajudar na finalização do CT ficou mesmo no papel. Em troca foi ofertado ao clube um terreno na Zona Oeste, como feito com Botafogo, Fluminense e Vasco. Mas o Flamengo analisou a opção e a considerou inviável.
"A prefeitura cedeu um terreno para a gente, mas era impraticável, um pântano completo. Para investir lá primeiro temos de acabar o CT. É mais barato terminar o Ninho", explicou Wallim Vasconcellos.
Na conta para terminar a eterna obra do CT batizado de George Helal estão também os R$ 5 milhões de um acordo antigo com a Ambev. Aos poucos, o Flamengo tenta encaixar recursos sem comprometer a sua maior fonte de renda, o time de futebol. Mas encontra alguns percalços, como um desleixo com as obras levantadas e paralisadas em agosto de 2012, ainda na gestão de Patricia Amorim, quando Alexandre Wrobel era o vice de patrimônio. É o caso dos prédios vazios dos módulos 16 e 17, do futebol profissional.
"Aquilo foi construído e ficou sem telhado. E aí deteriorou tudo que tinha lá dentro", lamentou Wallim Vasconcellos.
Há poucos mais de um mês, os departamentos de futebol e patrimônio se reuniram para ajustar necessidades de melhorias de necessidade imediata para o CT rubro-negro.
Morro de Viúva em compasso de espera
Além do Ninho do Urubu, o Flamengo analisa a situação do Edifício do Morro do Viúva. O contrato fechado com a REX, braço imobiliário do grupo EBX, do empresário Eike Batista, vem sendo respeitado. O aluguel de 25 anos previa o pagamento de R$ 18 milhões, já quitado em 2013.
A expectativa era de que a obra no local contasse com um hotel de 454 quartos, lojas e áreas de lazer, visando os Jogos Olímpicos de 2016. Tão logo o empreendimento estivesse ativo, o Flamengo teria direito a uma participação de 2,36% nos lucros, além de utilização do salão do hotel e um total de 22 quartos. Com a dificuldade financeira do grupo EBX, o Flamengo teve reuniões com representantes da empresa e agora aguarda uma posição.
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