Exclamações do Editor: A era Dunga

28/6/2015 08:05

Exclamações do Editor: A era Dunga

Exclamações do Editor: A era Dunga
Seleção de Dunga está fora da Copa América (Foto: Cleber Mendes/LANCE!Press)


Mesmo tendo vencido muitos amistosos, a eliminação da Copa América pode custar a cabeça do treinador. Não estamos nem perto de digerir o atropelamento da nossa Seleção na Copa no nosso país e tome frustração de novo. A hora de começar um trabalho com filosofia nova deveria ser agora, antes do início das Eliminatórias, em outubro. Dunga foi uma solução tirada da cartola de Marin e Del Nero ainda no calor das humilhações dos 10 a 1 (Alemanha + Holanda). Uma precipitação absurda quando deveríamos ter tido uma reflexão sobre o estágio em que se encontra nosso fut e as razões das derrotas. Nada disso foi feito. Depois, Marin queria uma revanche contra a Alemanha e chegou a dizer que o
Brasil havia reconquistado o respeito após as primeiras vitórias em amistosos pós-Copa. Ninguém o levou a sério. Ou mudamos logo de rumo ou vamos seguir penando!

A oportunidade é de vencer a resistência e contratar um treinador capaz não somente de treinar bem a Seleção, mas principalmente de influenciar toda a cadeia de formação de jogadores por aqui. Precisamos resgatar a qualidade do nosso jogo, priorizando a técnica e não a força. Voltar a formar jogadores de meio campo e não somente volantes e defensores. Como já exclamamos por aqui, o Brasil optou por copiar os defeitos do futebol europeu a partir da derrota de 1982. Não copiou o lado da organização, com suas ligas profissionais e
campeonatos cada vez mais organizados e atraentes. Eles aproveitaram e copiaram o jeito técnico e de toque de bola que era a marca do futebol brasileiro, o decantado Jogo Bonito. Tanto a supervitoriosa seleção espanhola dos últimos 10 anos, quanto a alemã campeã do mundo têm as características de nossas grandes formações do passado. Não vejo no Brasil um treinador capaz de promover esta profunda mudança.

Marin e Del Nero recusaram a oferta de Pep Guardiola de vir treinar a Seleção antes da Copa. Foram conservadores e preferiram Felipão e
deu no que deu. Não só perdemos, mas em nenhum momento construímos algo novo e que possa servir de base agora. É preciso entender o que aconteceu e querer mudar. Del Nero tem agora a chance de realmente fazer algo de novo!
O futebol pode ser o farol da mudança. Só se fala em crise, não importa o ambiente. Crise na economia, crise na política, crise de emprego, crise de descontrole da inflação e por aí vai. A nossa economia precisa de ajustes. Já a política, não há ajustes que resolva. Precisamos mesmo de uma refundação, uma reforma de sistemas e de método. Mas isto fica para os analistas políticos. Até porque tem a crise do futebol, no mundo, no Brasil, e isto já é bastante para ocupar estas exclamações. Mas será que podemos conectar estas crises, a do país e a do futebol?

Entendo que sim, pois é a mesma estrutura coronelista que é usada tanto na política quanto no futebol. Não é à toa que um dos vice presidentes da CBF se chama Fernando Sarney, da família que exerce poder através do maior partido do país, o PMDB, dos presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, respectivamente Eduardo Cunha e Renan Calheiros. A influência da família Sarney vem do controle de décadas da política no Maranhão, estado que ostenta alguns dos piores índices de desenvolvimento e de bem estar no Brasil. A CBF é como o estado, ou o setor público, no nosso país. Centraliza o poder, arrecada ao máximo e distribui benesses aos que estão próximos do poder, num troca-troca no qual o perdedor é sempre o elo mais fraco, o que está longe dos poderoso. Seja ele o governante ou o presidente da CBF. Assim, se explica em poucas palavras tanto o esquema de corrupção de uma Lava-Jato, e o dos votos para as sedes de Copa do Mundo, quanto os contratos da Conmebol e Copa do Brasil, agenciados pela Traffic, que geraram as propinas para a CBF e seus apaniguados. Precisamos de menos estado e menos governo, reduzindo as oportunidades para aqueles que vivem da troca de favores escusos com o setor público. O país é muito grande e muito complexo. Vai mudar devagar, se trabalharmos direito e por muitos anos. Já o futebol, pode ser o nosso laboratório na
construção de um novo país. Mudando as práticas no futebol, podemos sonhar!

MAS..

A bancada da bola quer tirar do projeto do Profut justamente as duas cláusulas que visam encaminhar as finanças dos clubes para um equilíbrio. O limite dos gastos com a folha de pagamento do departamento de futebol em 70% das receitas do futebol representa um limite muito elástico, sobretudo para os clubes que têm as maiores dívidas. Estes não poderão gastar nem 60% de suas receitas se quiserem de fato parar de gerar déficits e dívidas. O outro ponto que mutilaria o projeto seria afrouxar ainda mais o artigo que induz os clubes ao equilíbrio orçamentário (algo que qualquer empresa e qualquer indivíduo precisa ter) no ano 2021. Este dispositivo é também muito flexível para quem deseja um saneamento mais imediato do nosso fut. Dar ainda mais tempo para os dirigentes gastarem o que o clube não arrecada equivale a dizer que segue o vale tudo quando se trata de gestão de clubes de futebol!

Deputado Otavio Leite é o relator da Profut (Foto: PSB)

SÓ PODE SER PIADA...>/b>
A CBF soltou nota anunciando que criou o departamento social. O anúncio, com foto do neocartola Walter Feldman, informa que o primeiro projeto é em Curral da Éguas (RJ). Pensem comigo, a CBF é uma entidade sem fins lucrativos, o que já deveria definir sua atuação como social. Para que se arvorar a atuar numa área na qual ela não tem nenhum conhecimento ao mesmo tempo em que a entidade não cumpre a função social que é a sua razão de existir, que é desenvolver o futebol? É uma destas ações que tentam gerar uma pouco de simpatia e fuga do fogo cruzado em cima de Del Nero e sua turma das festas, em tempos de festas juninas. Fica parecendo somente demagogia. E é!

758 visitas - Fonte: LANCE!Net


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Os jornalistas criticam vendo um fato ocorrido. Todos estavam jogando o dunga la pra cima e com uma eliminaçao ele ja nao serve pra nada. O cara estuda, vive sobre materias com o futebol e posta coisas sobre fatos consumados. Fala isso antes do jogo pra criar credibilidade, mas o medo de queimar a lingua fala mais alto. Essa passagem do Dunga teve 14 jogos, 12 vitorias, 1 empate e uma derrota. Entao nao pode crucificar o cara. Nossos jogadores nem de longe se aproximam da seleçao do penta em 2002. Sao jogadores nao mais q bons, q jogam em times medianos na Europa, e na maioria deles, nem sao titulares absolutos. Tem q dar sequencia pro trabalho do treinador. A midia sempre bate nos clubes de trocar demais os treinadores, mas a maior culpada disso é ela mesma, q fazem a cabeça do torcedor pressionar seu time. A mudança no futebol brasileiro nao deve ser so no treinador, deve começar primeiro nos programas esportivos, porque so a midia tem a capacidade de mudar o pensamento do torcedor, e deixar q a administraçao do clube trabalhe sem pressao extra campo, q so prejudica. Mas na minha visao, esta dando mais ibope o fracasso q o sucesso. Entao pra que mudar...

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