GILVAN DE SOUZA/FLA IMAGEM

Na última segunda-feira, o técnico Cristóvão Borges disse em depoimento ao "Linha de Passe" que "componentes racistas" estão presentes dentro do futebol, principalmente nas críticas que são feitas a seu trabalho no Flamengo.

"O racista vê o negro como aquela pessoa que deve dizer amém e não deve se colocar. E eu sou a antítese disso. Eu me coloco, tenho posição e defendo as minhas convicções. Então pra eles eu sou tido como um intruso, um abusado, porque cheguei numa posição, ainda me coloco e contesto se eu achar que está errado. E que fique claro que a minha posição não é e nunca vai ser de pobre coitado", afirmou o treinador.

Aproveitando a oportunidade, o ESPN.com.br convidou duas pessoas para opinarem sobre as palavras de Cristóvão.

"Não há qualquer motivo para pensarmos que um treinador negro ficaria imune ao racismo que ainda grassa no país, mesmo que muitas vezes velado", diz o jornalista Felipe Nascimento Prestes.

"Elas (as declarações) possuem o mérito de explicitar parte do mecanismo através do qual a posição do técnico negro em um clube de projeção nacional como o Flamengo vai sendo, pouco a pouco, minada", afirma José Paulo Florenzano.