Cacau Cotta em coletiva do lançamento da candidatura (Foto: Fred Gomes/ GloboEsporte.com)

Cacau Cotta lançou oficialmente sua candidatura à presidência do Flamengo nesta sexta-feira, em hotel na Zona Sul do Rio de Janeiro. Antes de ser sabatinado pelos repórteres, fez longo pronunciamento no qual condenou a falta de união que enxerga dentro do clube desde o início da atual administração. Para ele, o processo eleitoral de 2012 ainda não terminou e há uma grande fragmentação política na Gávea. Em seu discurso, no qual cobrou preços populares e carinho à torcida, afirmou que os atuais diretores rubro-negros controlam o clube à distância.

- Por que o nome da nossa chapa é União Rubro-Negra? Porque foi o que faltou. Após a eleição de 2012, se pregou que não teria mais cor no Flamengo. Não existiria mais azul, amarelo, verde, branco ou rosa, mas o que se vê é uma guerra nas redes sociais.
Passamos a ser azul, verde, abóbora, corja, "não-corja", passado, presente. O Flamengo deixou de ser rubro-negro. O Flamengo não nasceu no dia 1º de janeiro de 2013. Pessoas como o Paulo (Cézar Ribeiro, vice de sua chapa) não podem ser chamados de corja. É necessário que se respeite o passado deles. É preciso trazer o amor e a emoção para dentro do Flamengo. O torcedor tem que ser deixado de ser visto como número. Quando isso acabar, será o fim da nossa história. Grandes empresários administram suas empresas, mas estão preocupados é com a bolsa de valores. O Flamengo precisa de dedicação integral. Não se administra o clube por WhatsApp - disparou Cacau, vice-presidente do Fla-Gávea durante a administração de Patrícia Amorim.

Cacau argumenta que a cisão do grupo vencedor das últimas eleições em duas chapas, de Eduardo Bandeira de Mello e Wallim Vasconcellos, é uma prova de que seus rivais não têm tato político. O vice da chapa, Paulo Cézar Ribeiro, focou suas críticas ao planejamento do futebol e por diversas vezes citou o nome do meia Carlos Eduardo, tratado como o grande fracasso da atual gestão.

- O Carlos Eduardo é o ícone do quão eles foram mal no futebol. Ganhava R$ 550 mil por mês e fez um gol. Isso sem falar em Val e nos outros - disse Paulo Cézar.

O candidato, por sua vez, disse que o Flamengo virou um centro de recuperação de atletas, também batendo na contratação de Cadu e na utilização do Conselho Gestor para comandar o carro-chefe do clube.

- O Flamengo atualmente planeja o futebol dentro das competições. Agora, em agosto, já era para se estar pensando em 2016. O Armero, por exemplo, é um excelente jogador. Mas não tinha ninguém na base para ver que o menino Jorge estava bem na Seleção? A verdade é que o Flamengo virou um grande centro de recuperação de atletas. Contrataram o Armero sabendo que não poderiam utilizá-lo de cara. O Carlos Eduardo não jogava há dois anos e veio para se recuperar no Flamengo. Agora tem esse camisa 10 (Ederson, que sofreu sérias lesões na Europa). Esse Conselho Gestor... Na sua casa, quem manda é a empregada, o filho e a esposa? Não, não é todo mundo que manda.

Cacau e Paulo Cézar ainda prometeram remodelar o programa de sócio-torcedor e revelaram que têm como uma de suas metas principais a construção de um estádio. Segundo Cotta, em busca de um terreno para isso, já há conversas com prefeituras da Baixada Fluminense. A Zona Portuária do Rio também é uma opção.

- Essa história de que o Flamengo tem o segundo programa de sócio-torcedor mais rentável é mentira. O sócio-torcedor tem que ser administrado pelo marketing do Flamengo e não por uma empresa que leva 30% de tudo. Diziam que o Flamengo havia fechado o melhor contrato com o Consórcio Maracanã, mas já ficou provado que o do Flamengo é o pior e lesivo ao clube. Vamos em busca de um estádio.