Agora sessentão - tem 64 anos -, Oswaldo de Oliveira, apresentado como novo treinador rubro-negro nesta quinta-feira, adotou discurso semelhante ao utilizado em 18 de julho de 2003, dia em que iniciou oficialmente sua primeira passagem pela Gávea. A diferença: o terno de 12 anos atrás deu lugar à roupa de treino no seu retorno.

Assim como há mais de uma década, não faltou carinho ao Flamengo, clube pelo qual sempre declarou sua torcida, nem tampouco deixou de revelar-se incomodado com a instabilidade dos treinadores brasileiros. Foi solidário a Cristóvão Borges, assim como fora com Nelsinho Baptista há 12 anos. Mas é bom diferenciar: na ocasião, Nelsinho quem pediu para deixar o Fla.

E, assim como em 2003, Oswaldo deixou o sorriso aberto: estava feliz, como um urubu no Ninho.

DECLARAÇÕES DE AMOR:
2003: "Todos nós temos nossas predileções. A minha, como torcedor, era o Flamengo. A paixão pelo futebol fez com que me tornasse um profissional, o que diluiu um pouco aquele sentimento. Mas é com grande alegria que chego. Considero minha chegada ao Flamengo o encontro da minha obrigação profissional com a paixão clubística. Fico feliz por o clube me abrir suas portas".

2015: "Não quis profetizar. De qualquer maneira sempre tive um desejo muito grande de voltar ao Flamengo. De escrever finalmente uma história vitoriosa. Clube que tenho a maior estima, um carinho muito grande. Uma felicidade estar novamente aqui. É meu time de coração. Que a torcida esteja com a gente e nos apoie para brigarmos pelos nossos objetivos".


Oswaldo foi apresentado como novo técnico nesta quinta-feira e sorriu de novo (Foto: Gilvan de Souza/Fla Imagem)

TROCA DE TÉCNICO:
2003: "É um paliativo, não um tratamento profilático. Não é o ideal, e a história tem mostrado isso. Seria bom se os treinadores pudessem fazer um trabalho de médio a longo prazo. Só que existe pressão de torcida, da imprensa, e é cobrada uma resposta imediata. Isso, às vezes, precipita as coisas. É um grande treinador e deve ter tido seus motivos para deixar o clube. Coincidentemente, eu o substituí ano passado no São Paulo. Agora, espero que vá para o Real Madrid".

2015: "Quero reiterar as palavras do presidente com relação ao Cristóvão (Bandeira acabara de enfileirar elogios ao antecessor de Oswaldo), uma pessoa querida vítima dessa instabilidade. Há pouco tempo passei pela mesma experiência. Tenho a honra e o prazer de substituir um grande profissional num clube que sempre tive vontade de voltar a trabalhar".

ANÁLISE DO ELENCO:
2003: "Conheço alguns jogadores com quem já trabalhei, como Edílson, Fernando Baiano, Felipe e Fernando Diniz. Vejo o elenco com condições de se estruturar. Há necessidade de contratações, mas se não forem possíveis, vamos procurar dar nosso jeito".

2015: "É um elenco qualificado. Que pode sim ter uma ascensão. O grupo ainda pode crescer em termos táticos. O Brasileiro é um campeonato competitivo. Não dá nunca para fincar o pé e dizer que um time vai ser campeão. O que posso dizer é que o grupo é qualificado".

PROXIMIDADE DE CASA:
2003: "Estou feliz. Fiquei muito identificado com São Paulo por causa dos títulos. Não há nada no mundo que pague o fato de poder ir para o treino pela orla ou vendo o Cristo Redentor".

2015: "A partir do momento que soube que o Flamengo tinha o cargo livre e a pretensão de me contratar, o contato foi feito. Eu moro aqui perto, não demorei nem 10 minutos para chegar".