O Fla-Flu de domingo foi bastante movimentado no Maracanã. Quatro gols - sendo um irregular -, milagres de Diego Cavalieri, caminhão de gols perdidos por Kayke, belo drible de Paulinho, ação humanitária tricolor e muita polêmica com relação à arbitragem de Ricardo Marques Ribeiro. No fim, final feliz do Rubro-Negro, que com a vitória por 3 a 1 pulou para o sexto lugar e colou no G-4 do Campeonato Brasileiro, enquanto o rival despencou para nono. Flamengo e Fluminense voltam a campo neste meio de semana: o time de Oswaldo de Oliveira receberá o Cruzeiro no Maracanã, às 21h (de Brasília), na quinta-feira. Já o dirigido por Enderson Moreira joga na quarta contra o Coritiba, no Couto Pereira.
Dois dos três gols rubro-negros foram alvo de reclamação dos tricolores. No primeiro, Wallace usou o braço para desviar a bola e servir Sheik. Jogada irregular que o árbitro Ricardo Marques Ribeiro não viu. No terceiro, Paulinho estava em posição de impedimento no primeiro cruzamento de Kayke, que Gum cortou - na segunda bola alçada, o atacante tinha condições. O comentarista de arbitragem da TV Globo Leonardo Gaciba explicou que o gol foi legal pois Paulinho não participou do primeiro momento.
Além do pênalti cometido por Samir em Michael, o Fluminense reclamou de outra penalidade em disputa envolvendo Osvaldo e Márcio Araújo. O atacante tricolor caiu na área após ser tocado por baixo pelo volante. O lance foi aos 28 minutos do segundo tempo, pouco depois de sair o terceiro gol rubro-negro.
Substituto de Guerrero, que está com a seleção de Peru, Kayke teve boa participação no clássico, com direito a um gol - se igualando ao peruano no Brasileiro, com três bolas na rede - e uma assistência para Paulinho. Porém, o saldo poderia ter sido muito maior se ele tivesse caprichado mais nas finalizações. Perdeu duas chances cara a cara com Cavalieri, e ainda uma terceira sem goleiro, ao tentar uma bicicleta.
A derrota do Flu poderia ter sido pior não fosse por Diego Cavalieri. O goleiro fez três grandes defesas durante a partida e evitou um placar mais elástico. Duas foram num mesmo lance, em cabeçada de Wallace e um milagre em chute de Kayke. Na etapa final, voltou a aparecer bem na bomba de Paulinho.
Falando em goleiro, Paulo Victor também fez boas defesas, mas a maioria quando o jogo já estava paralisado. O camisa 48 rubro-negro apareceu mais por um lance bizarro. Após o gol de pênalti de Jean, o arqueiro, para não deixar os adversários acelerarem o reinício de jogo, pulou em cima da bola como se fizesse uma defesa. Só que Jean foi mais esperto, deixou a bola da rede e pegou a que estava ao lado da linha de fundo para levar ao meio de campo.
Antes de o Flu balançar a rede na etapa final, a atuação da equipe no primeiro tempo foi pífia. A única finalização foi aos 45 minutos, com Jean, e sem nenhum perigo. Uma cena que representa bem a apatia tricolor na etapa inicial foi quando o Flamengo trocou passes tranquilamente no campo de defesa, e Michael fez gesto com o braço chamando os companheiros para sair de trás.
Além do gol, o terceiro da vitória rubro-negra, Paulinho mostrou também categoria em campo e aplicou um lindo chapéu em Marcos Junior no segundo tempo. O atacante, que já foi considerado xodó pela torcida em 2013, tenta recuperar o prestígio com os flamenguistas e a vaga de titular.
O clássico reservou um momento caridoso antes de a bola rolar. Um grupo de crianças sírias, abrigadas no Brasil com visto humanitário em razão da guerra no país, entrou em campo junto com o Fluminense. A ação é um gesto do clube e da ONG IKMR em um momento em que a crise dos refugiados na Europa cresce a cada dia.
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