Gilvan de Souza/ Flamengo

Oswaldo de Oliveira está entre os principais técnicos do futebol brasileiro. Reconhecido pela seriedade no trabalho e qualidade na montagem dos times, o treinador também se destaca pela inspiração nas entrevistas coletivas. Ele abusa das frases de efeito, analogias e deixa rolar a emoção em momentos específicos.

Tudo isso o transforma em um dos principais personagens do Rubro-negro no Campeonato Brasileiro. O UOL Esporte selecionou algumas declarações marcantes do comandante. Frases que o alçaram rapidamente ao posto de figura carismática no clube da Gávea. Veja as melhores abaixo:

O cometa Halley na Gávea

Oswaldo viveu o momento de maior inspiração ao comentar os belos gols marcados por Luiz Antonio e Paulinho contra Cruzeiro e Chapecoense, respectivamente. "É uma emoção desmedida, não tem como controlar. Chamo atenção para os dois últimos, o do Luiz Antonio e aquela bola do Paulinho. É o tipo de jogada na qual você jura que o cara vai errar e ele acerta. Pegou no breu, foi lá nas barbas de São Pedro. Uma coisa linda. De 100, o cara erra 99. É que nem o Cometa Halley, de 75 em 75 anos você vai presenciar".

A magia do horizonte

O Flamengo entrou no G-4 ao vencer o Cruzeiro. Logo após o triunfo por 2 a 0, o técnico concedeu entrevista coletiva e mostrou-se preocupado com uma possível empolgação, denominada de outra forma pelo próprio. "Nem só de máxima vivem o Flamengo e o futebol. Não podemos nos deixar levar pela magia do horizonte. Conseguimos o que desejávamos devagar. Também não podemos ver no G-4 um bicho de sete cabeças. É o nosso objetivo final, não algo transitório".

Transplante de coração

O triunfo sobre os mineiros deixou Oswaldo realmente inspirado. Foi assim que ele analisou a construção do resultado. "O Cruzeiro apostou nos nossos erros e dificultou muito. Jogou nos passes errados e buscou os contra-ataques. Isso muito em função do transplante de coração que o Flamengo fez. Tiramos um coração e colocamos outro".

O medo do topo da tabela

Na mesma entrevista, Oswaldo de Oliveira não escondeu o medo da maratona de jogos fora de casa até o fim do Brasileirão. O time foi goleado pelo Atlético-MG por 4 a 1 e ainda enfrenta Corinthians, Grêmio, Atlético-PR e Santos longe do Rio de Janeiro. Como pano de fundo, o sonho de disputar a Copa Libertadores no próximo ano. "É amedrontador olhar para o todo, mas não vamos pensar nisso de uma vez".

Advogado de defesa

Vaiado na derrota para o Coritiba por 2 a 0 em um Mané Garrincha lotado, o zagueiro César Martins foi escolhido o vilão pela torcida. Questionado sobre o fato, Oswaldo respondeu do jeito já peculiar. "Sempre precisa existir um cristo. A equipe não foi brilhante, mas sabemos o jeito que o torcedor pensa. Um tem de pagar. Foi o César, poderia ter sido outro. Não evoluímos".

O cara da torcida

No embalo da boa fase, o técnico virou "o cara" para a torcida. A alcunha foi rechaçada de forma instantânea. "Quanto a me sentir o cara... O cara é o Guerrero... O Ederson, o Sheik, o Alan Patrick. Esses são os caras. Sei muito bem como é estar do outro lado da moeda. Já passei por tudo no futebol. Recebo com a mesma tranquilidade com a qual depois dispenso as vaias".

Vizinho do Ninho do Urubu

Não foi a frase mais marcante no Flamengo, mas Oswaldo mostrou que as entrevistas prometiam logo na chegada. Ao falar sobre a velocidade em que acertou o contrato com o Rubro-negro, o treinador surpreendeu os presentes ao CT Ninho do Urubu. "As coisas foram facilitadas quando soube que o Flamengo tinha o cargo livre. Moro aqui perto. Não levei dez minutos para chegar".