Hawilla detalha propinas que envolvem até Nike e seleção brasileira

16/10/2015 07:58

Hawilla detalha propinas que envolvem até Nike e seleção brasileira

Hawilla detalha propinas que envolvem até Nike e seleção brasileira
Mundiais na Rússia e Catar - Em 2010, o processo de licitação para as Copas do Mundo de 2018 e 2022 trouxe mais acusações de suborno, má gestão financeira e licitações fraudulentas. Críticos apontaram que a decisão de outorgar duas Copas do Mundo ao mesmo tempo teve como objetivo troca de votos. Dois membros da Comissão Executiva - Amos Adamu da Nigéria e Reynald Temarii de Tahiti - foram suspensos antes da votação após reportagem investigativa do The Sunday Times flagrar os dois cartolas pedindo pagamentos em troca de seus apoios. Depois, foi revelado pelo chefe da candidatura da Inglaterra que quatro ex-membros da Comissão Executiva tinham solicitado-lhe subornos por seus votos. Após investigação conduzida pelo Comitê de Ética, a Fifa declarou que as acusações não infringiram a integridade dos votos. O homem que havia conduzido a investigação, o ex-procurador americano, Michael J. Garcia, prontamente deixa o Comitê de Ética em protesto. AFP

Quatro meses após a prisão de cartolas da Fifa, a Justiça dos EUA tirou o sigilo sobre a confissão do dono da Traffic José Hawilla, maior responsável pelo pagamento de propinas para os dirigentes. Seu depoimento relata pagamento de propina para obter contrato de patrocínio da seleção brasileira, e dos direitos da Copa do Brasil, além de Copa América e da Copa Ouro. Por isso, o ex-presidente da CBF José Maria Marin foi preso.

“Eu concordei em fazer pagamentos de propinas e subornos que seriam escondidos por contratos da Copa América, da Copa Ouro, da Copa do Brasil e do (…) patrocinador do time brasileiro.''

“Eu usei as instituições financeiras e os mecanismos eletrônicos dos EUA para fazer alguns desses pagamentos de propina e subornos, assim como para fazer pagamentos legítimos relacionados a esses direitos, todos para promover esse esquema.''


Hawilla fez um acordo para se declarar culpado por quatro crimes, conspiração, fraude eletrônica, lavagem de dinheiro e obstrução à Justiça. Cada um poderia lhe render até 20 anos de prisão. Mas seu acordo de cooperação e a promessa de pagar US$ 151 milhões o mantém fora da cadeia em vigilância nos EUA.

“Durante este período, a Fifa, a Concacaf e outras organizações de futebol e empresas de marketing tiveram compromissos para promover e/ou regular o esporte do futebol pelo mundo como parte de uma organização. Entre outras coisas, essas organizações realizaram eventos esportivos e conduziram negócios nos EUA e usaram das instituições financeiras dos EUA.''

Foi em 12 de dezembro de 2014 que o executivo da Traffic se sentou diante Raymond Deari, na corte do Broklyn, Nova York, para relatar seus crimes. Respondeu a várias perguntas em que garantia saber os direitos dos quais abria mão ao se confessar culpado.



Primeira página do depoimento de Hawilla

Aos 71 anos, admitiu que sofria sérios problemas de saúde, como um câncer na língua, curado, e um problema nos pulmões, que os obrigava a tomar uma série de remédios. Mas disse que estava plenamente consciente para fazer uma confissão que iria abalar o mundo do futebol. Aí vai o seu relato:

“Meu nome é José Hawilla. Desde aproximadamente 1980, eu comecei a desenvolver projetos de marketing esportivo por meio da minha companhia Traffic. Eu comprei os direitos de eventos de futebol e comecei a promovê-los de uma forma legítima pelo mundo.

Aproximadamente em 1991 quando eu fui renovar o contrato de um desses eventos, a Copa América, um dirigente associado com a Fifa, o organismo encarregado do futebol mundial e sua federação Conmebol, ele me pediu por propinas para ele assinar o contrato. Eu precisava daquele contrato porque eu já tinha tinha assumido futuros compromissos mesmo que eu não quisesse concordar em pagar para aquele dirigente.

Depois disso e até 2013, outros dirigentes de futebol vieram até mim e aqueles com quem me associei no negócio para pedir propinas para assinar ou renovar contratos. Eu concordei que pagamentos de propinas não revelados seriam feitos para dirigentes de futebol por contratos de direitos de marketing e outros para vários outros torneios e outros direitos associados ao futebol.

Eu concordei em fazer pagamentos de propinas e subornos que seriam escondidos por contratos da Copa América, da Copa Ouro, da Copa do Brasil e do (…) patrocinador do time brasileiro.

Eu usei as instituições financeiras e os mecanismos eletrônicos dos EUA para fazer alguns desses pagamentos de propina e subornos, assim como para fazer pagamentos legítimos relacionados a esses direitos, todos para promover esse esquema.''

(Neste trecho, o relato de Hawilla é interrompido para que os procuradores e o juiz se certifiquem do nome do patrocinador da seleção. O nome da empresa é mantido em segredo na transcrição, mas se sabe que se trata da Nike que assinou contrato com a CBF em 1996.)

“Durante este período, a Fifa, a Concacaf e outras organizações de futebol e empresas de marketing tiveram compromissos para promover e/ou regular o esporte do futebol pelo mundo como parte de uma organização. Entre outras coisas, essas organizações realizaram eventos esportivos e conduziram negócios nos EUA e usaram das instituições financeiras dos EUA.

Em relação às acusações dois e três, eu deliberadamente e conscientemente concordei que membros de duas outras companhias similares que fizeram compromissos para pagar propinas em conexão com a Copa América que a Traffic contribuiria com esses pagamentos. As propinas não reveladas foram pagas a dirigentes que tinham posições de autoridade e confiança na Fifa e em outras duas das suas confederações, Concacaf e Conmebol, para assegurar direitos de marketing relacionados à Copa América. Eu concordei em usar e usei a conta da Traffic no banco nos EUA e os mecanismos eletrônicos dos EUA para reembolsar uma porção do pagamento das despesas feitas com outras empresas de marketing transferindo dinheiro para bancos em outros países. As transferências foram feitas de bancos de Nova York''

“Finalmente, em conexão com a acusação quatro, antes da minha prisão, quando eu fui informado por uma pessoa que o FBI estava perguntando sobre propinas pagas pela Traffic, eu pedi a ele para não mencionar o meu nome e o nome da Traffic para o FBI. Também, depois da minha prisão, quando eu fui questionado pelo governo no Brooklyn em conexão com a investigação do grande juri, eu escondi retive informação dele incluindo sobre atividades criminais que eram relevantes para a investigação.

Ao fazer isso, eu impedi intencionalmente a investigação do grande juri.

Eu sabia que a minha conduta era errada. Eu me arrependo muito e peço desculpas pelo que fiz.''

Procurado, o advogado de Hawilla, José Luis de Oliveira Lima, soltou uma comunicado: “Não há nenhuma novidade nos documentos divulgados hoje. J. Hawilla contribuiu com as investigações e está sempre à disposição da Justiça para esclarecimento.''

573 visitas - Fonte: Blog Rodrigo Mattos


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