MONTAGEM COM GAZETA PRESS

Um clube de futebol com as finanças do Flamengo e a paciência com treinadores do Corinthians seria um sucesso no futebol brasileiro.

Os dois clubes mais populares do país, que se enfrentam neste domingo, às 17h, na Arena em Itaquera, são exemplos, positivos e negativos, em coisas bem distintas. Nenhum clube do país tem hoje finanças tão equilibradas quanto o rubro-negro carioca, enquanto o Corinthians vê seu faturamento cair, o lucro sumir e a dívida disparar.

Só que o Flamengo não tem o mesmo esmero que apresenta nas finanças na hora de fazer seu planejamento esportivo que o executado pelo clube paulista.

Desde 2008, quando estava na Série B do Brasileiro, o Corinthians teve apenas três treinadores (Mano Menezes, Adilson Batista e Tite) e quatro trocas de comando, sendo que apenas numa temporada, em 2010, o clube começou com um técnico e terminou com outro. Naquele ano, Mano deixou o clube para trabalhar na seleção brasileira.

No mesmo período, o Flamengo teve inacreditáveis 14 trocas de treinador, sem contar os interinos. Só numa temporada, em 2011, o clube, com Vanderlei Luxemburgo, não mudou de técnico. Em 2015, foram três efetivos (Luxemburgo, Cristóvão Borges e Oswaldo de Oliveira) e dois interinos (Deivid e Jayme de Almeida).

Uma situação que não combina com o brilhante planejamento financeiro. Em 2014, o Flamengo teve o maior lucro da história do futebol brasileiro; R$ 64,3 milhões, enquanto o Corinthians teve prejuízo de R$ 97 milhões.

Com mais dinheiro em caixa, o clube carioca vai abatendo sua dívida. Só nos últimos dois anos, pagou R$ 189 milhões dela, reduzindo o valor total em 25%.

Já a dívida corintiana não para de aumentar. Em dezembro do ano passado ela era de R$ 313,5 milhões, quase R$ 120 milhões a mais do que em dezembro de 2013. E, contando apenas os oito primeiros meses deste ano, bateu nos R$ 346,1 milhões.

Com esse cenário, o Corinthians lidera o Brasileiro-2015, com oito pontos de vantagem sobre o Atlético-MG, enquanto o Flamengo começou a rodada em uma modesta décima colocação.