Guerrero não marcou, mas incomodou a Seleção Brasileira na partida desta terça-feira (Foto: EFE)

A história do duelo entre Brasil e Peru poderia ter sido diferente. O ponteiro do relógio mal tinha completado três voltas quando Paolo Guerrero teve na perna esquerda a chance de escrever um roteiro com desfecho bem mais agradável aos olhos peruanos. Parou nas mãos do goleiro Alisson o chute do jogador que fez história no Corinthians e hoje defende as cores do Flamengo. O arremate fraco, defendido sem maiores problemas pelo goleiro do Internacional, foi um dos raros momentos de protagonismo de Guerrero na derrota de sua seleção – o Peru foi batido por 3 a 0 pelo Brasil, na noite desta terça-feira, pela 4ª rodada das Eliminatórias.

- A primeira bola poderia ter mudado a história do jogo. Faltou um pouco de sorte. Infelizmente não estou fazendo os gols. O gol está fechado e me dá um pouco de raiva. Tenho que ter tranquilidade que a qualquer momento vou marcar e a porta do gol vai se abrir de novo - afirmou Guerrero na zona mista da Arena Fonte Nova, antes de partir .

A imagem do Guerrero apagado em campo faz jus ao momento do atacante que anda com dificuldade para encontrar o caminho das redes. Pela seleção do seu país, marcou um dos gols da derrota peruana para o Chile, por 4 a 3. Com a camisa rubro-negra, vive um longo jejum: não marca desde o dia 23 de agosto, quando o Flamengo bateu o São Paulo, pelo Campeonato Brasileiro. A próxima chance de voltar a comemorar é na próxima quinta-feira, quando pode entrar em campo pelo time carioca para enfrentar o Santos, na Vila Belmiro, às 22h (de Brasília).

Só não se pode dizer que o peruano não lutou. Guerrero travou uma batalha feroz com a dupla de zaga brasileira, sobretudo com Gil. Por cima, por baixo, não parou de incomodar. Mas ficou mesmo só no incômodo, porque seu ex-companheiro corintiano e Miranda levaram a melhor quase todas as vezes.

Alvo preferencial dos chutões do goleiro Penny, Paolo Guerrero não teve sucesso contra a defesa canarinho pelo alto, apesar do ótimo tempo de bola e posicionamento. Perdeu disputas, pediu falta, cometeu faltas. A cada disputa vencida por Gil e Miranda, um olhar inconformado para o árbitro. Até mesmo quando deu um pique impressionante para recuperar uma jogada que parecia perdida, a bola sobrou limpa para Filipe Luís. Não era o dia dele.

- Lembro dos lances (em que apanhou durante o jogo). Fico um pouco frustrado e com raiva porque os juízes não marcam nada. Para o Neymar, ele se joga, marcam tudo. Tenho que saber lidar com isso porque os juízes não vão dar nada mim mesmo.

Houve um segundo momento em que Guerrero arrancou suspiros dos jornalistas peruanos que assistiam animados ao jogo na tribuna de imprensa. O atacante peruano aplicou uma caneta desconcertante em Daniel Alves, avançou em direção a grande área brasileira, mas novamente parou na linha de quatro defensores montada por Dunga. Muito pouco para um jogador com tantos recursos como Paolo Guerrero.