A divulgação na terça-feira passada de que a chapa de oposição, comandada por Wallim Vasconcellos, tem um pré-acordo com Jorge Sampaoli, somada à ideia geral de que Muricy Ramalho será o técnico se Eduardo Bandeira vencer a eleição desta segunda-feira no Flamengo, produziu a primeira eleição para técnico da história do Brasil. O pleito é para presidente: Eduardo Bandeira x Wallim Vasconcellos. Mas a perspectiva de ter um técnico anunciado pela oposição contra um treinador contratado pela situação criou uma situação inusitada.
Wallim Vasconcellos discorda desta visão. Diz que há agenda dos dois lados — e tem razão. Mas até mesmo seu principal aliado, Luiz Eduardo Baptista, o Bap, admite que o crescimento da oposição na reta final deveu-se ao nome de Sampaoli.
A pesquisa da chapa de Eduardo Bandeira indica vitória. No caso de Wallim Vasconcellos, a confiança é nas últimas enquetes, que demonstram a queda do número de indecisos de 33% para 11%, com adesão à chapa oposicionista de três a cada quatro eleitores. Na semana passada, segundo dados da oposição, o índice subiu e quatro, a cada cinco indecisos, optavam por Wallim.
Certeza sobre estes números só haverá hoje, no fim do dia.
Há agendas importantes dos dois lados. Eduardo Bandeira promete manter a responsabilidade fiscal, pagar em dia os compromissos assumidos no Profut e também tornar o futebol mais forte.
Wallim Vasconcellos segue a mesma linha sobre o pagamento dos tributos, mas quer mais ciência na escolha dos técnicos e dos profissionais do futebol. Embora tenha sofrido como vice-presidente de futebol na gestão Eduardo Bandeira — nove técnicos em três anos, sete enquanto Wallim fazia parte da diretoria — o candidato da oposição pede mais rigidez para contratar os profissionais do futebol. Justamente para poder mantê-los.
Com tudo isso, a discussão dos treinadores é muito forte.
Muricy não tem mais o estilo de 2008. Não é bola cruzada o tempo todo. O São Paulo vice-campeão brasileiro de 2014, com Muricy, foi a equipe com maior índice de posse de bola.
O elenco atual com Muricy
Sampaoli gosta de marcar pressão e de velocidade. É mais moderno. Há quem diga que o Flamengo só dá certo com treinador da casa. Mas há tradição de estrangeiros. A primeira atualização tática do futebol do Brasil aconteceu em 1937 com a chegada do húngaro Dori Kruschner à Gávea. Depois, o paraguaio Fleitas Solich levou o Fla ao tricampeonato de 1953/54/55.
O esboço com Sampaoli
A eleição é para presidente.
Mas muita gente vai votar pela escolha do treinador.
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