Jogadores observam rendimento físico após treino (Foto: Gilvan de Souza / Flamengo.com.br)

Com parcerias e alguma flexibilização de prioridades, o Flamengo tirou R$ 1,1 milhão do seu rígido orçamento para investir em equipamentos de última geração. A contratação de uma consultoria americana - que vai atender por um ano o clube - ainda deve fazer o clube gastar mais para se adequar ao que tem de mais moderno no futebol brasileiro e mundial. Quase uma atração no treino dessa terça-feira, um colete media a intensidade do trabalho dos jogadores e transmitia para o computador em tempo real todos os dados de informações físicas dos atletas. O objetivo é claro: diminuir o número de lesões, o que foi considerado um problema no ano passado, e melhorar a perfomance dos atletas daqui para frente.

O vice-presidente de patrimônio do Flamengo, Alexandre Wrobel, lembra que este é o investimento inicial. E admite que os gastos foram até tardios em modernizar processos e a compra de aparelhos de última geração para o clube levar em viagens e também equipar o Ninho do Urubu. O centro de treinamento rubro-negro tem previsão de encerramento das obras do módulo profissional até o fim de 2016.

- A gente já tinha essa constatação desde o ano passado (da necessidade de investimento), sabíamos disso, mas não dava para fazer no meio da temporada. Nos programamos para realizar essa compra no fim do ano. Vamos esperar para ver o que a Exos (consultoria) vai nos apontar em necessidade de mais investimento - afirmou Wrobel.

Ex-fisiologista do Vasco, Daniel Gonçalves, que trabalhou com Rodrigo Caetano em São Januário, foi contratado para ser coordenador científico do Flamengo e comandar o setor ao lado do chefe do departamento médico Marcio Tannure.

- É o início de uma nova era no Flamengo - garantiu Tannure, que quer implantar um modelo próprio com os ensinamentos da consultoria internacional.

Ederson, Cirino fora de jogo-treino; Sheik monitorado

A partir da série de resultados de avaliações diárias, o departamento de futebol tem trabalho caso a caso os atletas que demandam atendimento especial. Ederson e Marcelo Cirino, por exemplo, estão fora do jogo-treino desta quinta-feira, às 10h, contra o Tigres. Mancuello, que retorna da Argentina nesta quarta, também fica fora da atividade. Emerson Sheik foi poupado do treino em campo na manhã dessa terça-feira após aparelho detectar necessidade de fortalecimento muscular e cansaço de musculatura.

- A fase de pré-temporada é justamente aquela de obtenção de condicionamento físico e de se prevenir para o risco de lesão nos atletas. Os equipamentos e os trabalhos especiais nos permitem controlar com exatidão as informações do jogador - comentou Daniel.

Desde o diretor executivo de futebol, passando pelo preparador físico Carlito Macedo, até as duas coletivas de Tannure, em quase todas as entrevistas o investimento em alta tecnologia está sendo valorizado e repetido. A esperança é de que, apesar das limitações que o Ninho do Urubu ainda impõe - pelas obras e instalações provisórias -, as lesões diminuam e a recuperação dos atletas seja mais rápida. No ano passado, houve críticas de torcedores e queixas de profissionais do clube pelas falhas de estrutura no Ninho do Urubu.

- Desde o dia seguinte do término do Brasileiro estamos investindo no nosso CT, na recuperação e prevenção dos atletas. Queremos que esse ano o número de lesões caia - disse Rodrigo Caetano, na coletiva de reapresentação do elenco. Em entrevista para a Fla TV, o dirigente foi além: - Detectamos que em alguns momentos nossa queda de rendimento (no Brasileiro) se deveu ao fato de que não tínhamos à disposição a melhor tecnologia. Ou seja, aquela ideal para que pudéssemos ter a recuperação e prevenção dos atletas. A diretoria entendeu em investir e já teremos boa parte disso (equipamentos) na apresentação dia 6.