18/1/2016 07:48
Por causa de polêmica, Flamengo pode notificar Adidas e novo vídeo sobre uniforme ser produzido
O uso do humor pela Adidas para lançar o terceiro uniforme do Flamengo gerou polêmica e mal estar entre torcedores e a diretoria. O fornecedor apostou no canal de vídeos Desimpedidos, que elaborou um roteiro com direito a invasão da Gávea com o funkeiro Nego do Borel, roubo da camisa da área de exposição e a repetição do termo “Framengo”, com direito ao sotaque paulista do personagem Bolívia.
Mas com a reação negativa da torcida, os departamentos de Marketing e Comunicação alegaram que não receberam a última versão do vídeo que foi ao ar sábado, quando deveria ter ido ontem. E que não acompanharam as gravações.
Só que a participação do gerente de marketing do clube Dirceu Rodriguez em uma das cenas, falando “Framengo”, colocou a versão abaixo. Fato que gerou mais desconforto. Em sua defesa, ele alegou internamente que só fez um teste de câmera e ninguém do clube sabia que ele apareceria.
A diretoria do Flamengo ainda reconheceu que houve um erro de alinhamento entre as partes envolvidas. Internamente, o clube estuda notificar a Adidas e exigir a produção de um novo vídeo pelo Desimpedidos. O canal tem a participação de uma empresa da qual o vice de comunicação do Rubro-Negro, Antonio Tabet, é sócio.
Via Facebook, o Flamengo reiterou que o vídeo não foi encomendado pelo clube, e jogou a culpa na Adidas, que passou a responsabilidade para o Desimpedidos:
“Não houve qualquer participação do clube na criação, elaboração ou edição do material. O clube apenas cedeu espaço e pessoal para facilidade de produção como gentilmente costuma fazer com diversos veículos de comunicação. Os termos ou detalhes que causaram polêmica, sobretudo no Twitter, não estavam previstos no roteiro que o clube aprovou”, escreveu o Flamengo.
Já o personagem Bolívia, usou o twitter para se explicar: “Palmeirense fala ‘parmera’, corintiano fala ‘curintia’, eu brinco falando ‘framengo’ e tem gente que acha deboche. Para galera, respeito total”.
Com Urubu-drone, uniforme é revelado
A nova camisa do Flamengo, toda preta, foi revelada no vídeo através de um “Urubu-drone”, que percorreu pontos do Rio de Janeiro, outro tema da homenagem. Seguindo os padrões de grandes clubes europeus, o novo uniforme traz em seu design um dégradé rubro-negro que inicia na camisa e mescla com o short que traz detalhes em vermelho, homenageando um dos principias cartões postais cariocas, o Pão de Açúcar. As imagens foram divulgadas pelo Flamengo ontem de manhã, quando o vídeo e a polêmica já estavam no ar. A estreia será no amistoso contra o Ceará, na quinta-feira, no Castelão.
Na década de 60, as torcidas rivais chamavam os torcedores do Flamengo de urubu como forma de provocação, para ridiculizar a massa rubro-negra que era em sua maioria formada por uma torcida popular, com pessoas de baixa renda.
Essa não foi a primeira polêmica envolvendo o Flamengo e um canal de vídeos. O próprio Porta dos Fundos, do vice de comunicação Antonio Tabet, foi processado pelo Botafogo por ironizar a falta de patrocínios do clube. O vídeo foi apagado.
‘Polêmica foi pela polêmica. Erraram’, diz especialista.
O especialista em marketing e professor da ESPM de São Paulo, Gabriel Rossi, avaliou a campanha do Flamengo e classificou como erro a tentativa de usar polêmica no vídeo sobre um bem do clube como o seu uniforme. Confira:
“O ambiente/mercado de futebol no Brasil é, em muitos aspectos, caracterizado pelo fanatismo, purismo e paixão. A soma desses ingredientes deixa pouco espaço para brincadeiras que envolvam o nome de instituições como o Flamengo. Vivemos em uma época peculiar do consumo: as pessoas estão levando tudo aos extremos e esse comportamento limita as marcas de serem criativas. Qualquer ato que o consumidor (digital) considera falho já é exacerbado em praça pública nas redes sociais. No caso do Flamengo, evidentemente, os realizadores da ação deveriam levar em conta o perfil e personalidade do torcedor. Por esse viés, erraram. A polêmica nem sempre é algo ruim, principalmente quando a marca mostra seus valores e crenças. Mas nesse caso não foi isso. Apenas gerou a polêmica pelo ímpeto da polêmica. Erraram. Mas a “resvalada” tende a ser esquecida e a marca não sofrerá nenhum dano”.
1848 visitas - Fonte: Extra
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