Carente de conquistas relevantes, a torcida do Flamengo deposita enorme esperança em Muricy Ramalho e nas contratações para a temporada de 2016. A estreia, diante do Ceará, alimentou algumas dessas esperanças e acirrou algumas preocupações. O Flamengo melhorou em dois aspectos com relação a 2015. Primeiro: tem um elenco mais encorpado, Muricy tem mais opções de bom nível do que tiveram Cristóvão e Oswaldo de Oliveira. Segundo: o time responde, reage, aparentemente a apatia saiu na última barca - em 2015, seria impensável o Flamengo virar um jogo, ainda mais se a desvantagem fosse de dois gols. Outros aspectos positivos foram: a estreia de Mancuello - passe preciso para o gol do Sheik, um jogador inteligente que quase sempre se colocou para receber sem marcação - e a "reestreia" de Marcelo Cirino.

O que continua tirando o sono da torcida: erros de passe, dificuldade (impaciência?) de manter a posse de bola e, principalmente, incapacidade técnica e física e física da defesa. O primeiro tempo do setor de marcação foi horroroso. Ok, o Ceará de Lisca começou muito bem a temporada, com João Marcos distribuindo bem o jogo no meio, Guilherme Biteco encostando em Siloé e envolvendo a marcação. Mas não seria suficiente se Wallace não estivesse tão mal e Juan estivesse com mais ritmo.

O terceiro gol é inaceitável para um time grande. Primeiro pelas circunstâncias: o time vira de 2 a 0 contra para 3 a 2 no fim do jogo, acabou o jogo. Mas um minuto depois, Serginho e Siloé envolveram cinco marcadores e depois de um toque de calcanhar deste, Serginho bateu para empatar.

Muricy tem crédito e, de fato, deve fazer o Flamengo render bem mais, e acertar a marcação. Quem está na fronteira do cheque especial é Paolo Guerrero. Quanto a Wallace, esse já entrou no vermelho com a torcida há algum tempo...