A ameaça da Federação do Estado do Rio (Fferj) depois de Flamengo e Fluminense disputarem a Primeira Liga é confiscar a cota de TV que caberia aos dois clubes pelo Campeonato Carioca. Foi justamente a pressão da TV Globo sobre a dupla Fla-Flu para fazer valer o contrato e receber o dinheiro o que fez os presidentes dos dois clubes reconsiderarem a decisão de jogar o estadual com times reservas. Sem cota de TV, como a Fferj ameaça, por que escalar os titulares no Estadual?

Apesar da contradição, Flamengo e Fluminense não pensam em escalar reservas como retaliação à retaliação. Sabem que a Globo apoia a Primeira Liga e têm pareceres jurídicos que apontam para o crime de apropriação indébita por parte da federação se de fato confiscar as receitas.

Há uma outra garanria para Fla e Flu. Os dirigentes dos clubes que compõem a Primeira Liga dizem que, se Flamengo e Fluminense tiverem prejuízos pela perda das cota de TV, vão trabalhar para devolver aos dois clubes o dinheiro perdido. O Flamengo estreia hoje contra o Atlético, no Mineirão. O Fluminense joga contra o Atlético Paranaense às 19h30 em Volta Redonda.

A outra ameaça da Federação do Estado do Rio é excluir Flamengo e Fluminense dos torneios de divisões de base. Para os clubes da Primeira Liga, está claro que a CBF não vai à Fifa para pedir punição aos clubes e isso ficou evidente pela posição ambígua da CBF, que ora permite, ora proíbe, apesar de o secreteário-geral Walter Feldman afirmar que a proibição atual não é diferente da definida na reunião de quinta-feira.

Há um ponto apenas em que existe razão de quem pensa que a Primeira Liga deveria esperar 2017. Durante décadas pediu-se o calendário organizado e, depois de sua divulgação para 2016, foi incluída a Copa Sul-Minas-Rio em caráter experimental. Desse ponto de vista, não é por ser contra as determinações arbitrárias da Fferj e da CBF que a liga pode tudo. Mas isto poderia ter sido definido de maneira categórica pela CBF em outubro. Não dois dias antes da abertura do torneio.