A arquibancada rubro-negra pode até vaiar o zagueiro Wallace, mas não será pela falta de personalidade de seu capitão. Na quinta, um dia após abrir a contagem na vitória sobre o Macaé, o camisa 14 quebrou o silêncio e garantiu que não vai mudar o seu estilo. Vacinado contra as recentes reclamações, admitiu que a cobrança pode ter sido aumentada por conta de seu comportamento sincero.

— Vou ser o que sempre fui. Não tem essa de deixar de ser quem sou. Seria contra meu caráter. Só acho que em algum momento poderia ter mais cuidado em algumas declarações, deturparam o que eu falei e tem de ter muito cuidado com o que se fala — ressaltou.

Na Gávea, o zagueiro desfilou com uma calça jeans rasgada e um chapéu coco, uma outra forma de afirmar seu jeito em meio a um ambiente que pouco espaço dá para as diferenças. Alvo de brincadeiras de alguns companheiros, o jogador foi ao clube acompanhado do filho, Lucas. Amparado na família e no grupo, que sempre saiu publicamente em defesa do jogador, ele comparou a relação momentaneamente conturbada com o torcedor a um casamento:

— Estou tranquilo em relação a isso. Não fui vaiado pela primeira vez, deve ter sido 15ª, 16ª vez. Claro que ninguém gosta, mas não tem mágoa, ressentimento. É como casamento. Desgasta e acaba acontecendo — disse.

Wallace é cauteloso ao analisar as críticas sofridas, em especial após o jogo contra o Boavista, quando foi protagonista no lance que resultou no gol de Leandrão. Ao comentar o seu desempenho até o momento, ele disse ser “um início regular de temporada, normal, sem nada de excepcional e sem nada o que ressaltar".

Com a vitória e o gol, a tendência é que o tom de cobrança diminua. Sem partidas durante o carnaval, o Flamengo só jogará na Quarta de Cinzas, contra a Portuguesa. Para muitos, uma boa razão para cair na folia. Não para o baiano:

— Não gosto de festa, não suporto festa, então eu vou ficar na minha casa.

Firme com as opiniões, Wallace agora quer se reafirmar no coração da torcida.