Eduardo Bandeira de Mello assistiu ao jogo em camarote do Batistão (Foto: Raphael Zarko/GloboEsporte.com)
Foi apenas a segunda derrota do Flamengo no estado de Sergipe. Em 20 partidas, o time carioca só havia perdido uma vez. E foi uma derrota – a segunda no comando de Muricy, que antes só havia perdido para o Vasco - que doeu para os sergipanos. A torcida flamenguista lotou o estádio Batistão, levou bandeiras, bolas de encher e cantou alto, ocupando todo o seu setor na arquibancada e ainda a maioria das cadeiras. Mas todo o amor, que se manifestou desde a chegada do time a Aracaju, terminou em protesto – e até troca de xingamentos entre o presidente Eduardo Bandeira de Mello e alguns que protestavam bem abaixo do camarote destinado ao Flamengo.
A torcida do Flamengo chegou cedo ao Batistão. “O Batistão é nosso, aha, uhu”, cantaram os rubro-negros, que foram ao delírio a cada aparição dos jogadores em campo. Antes do aquecimento, Paulo Victor subiu sozinho ao campo e foi ovacionado. O mesmo aconteceu com Ederson e Jorge. Com ritmos diferentes dos cantos da torcida carioca, a torcida sergipana fez “ola” e ignorava a também bonita festa dos donos da casa – que teve pequeno foguetório e mosaico na entrada do Confiança em campo.
O time local, aliás, pode dizer que fez história. E diante de tantas limitações e atuando 88 minutos com um jogador a menos – 82 minutos, mais os seis de acréscimo -, o Confiança foi heroico. Beneficiado pela falta de pontaria de Sheik e de Guerrero, que perderam chances claras no primeiro tempo, a equipe de Betinho era perigosa nos poucos contra-ataques que conseguiam. Cuéllar foi providencial ao parar a arrancada do lateral Caíque na primeira etapa. Com folha salarial de R$ 180 mil – nas palavras do presidente Luiz Roberto, do Confiança, o que corresponde a 30% do que ganha Emerson -, a equipe chegou de um ônibus que tinha inscrito na lataria “Locadora de veículos”.
Se antes do jogo, o Confiança ficava de olho na renda líquida, que deve ter chegado a R$ 750 mil, dos mais de R$ 1 milhão arrecadados. Depois da partida, a comemoração parecia de um título para os sergipanos. Os jogadores se abraçavam em campo e caíam no chão. Na arquibancada, os flamenguistas, que já ficavam sem paciência desde o fim do primeiro tempo, vaiaram o time. A torcida do Confiança, em minoria, gritou olé e saiu satisfeita. A passagem para o Rio de Janeiro – os times se enfrentam em Volta Redonda dia 20 de abril – estava garantida. E de maneira inesquecível.
À direita, ônibus do Confiança, mais simples, contrasta com veículo alugado pelo Flamengo (à esquerda) (Foto: Raphael Zarko/GloboEsporte.com)
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