Jheniffer competiu pelo pinheiros nas eliminatórias dos 100m peito neste sábado (Foto: Satiro Sodré/SSPRESS)

A briga jurídica, ela prefere deixar fora da piscina. Mas Jhennifer Conceição não esconde uma pontada de mágoa com o ex-clube, Flamengo. Apesar de afirmar que o imbróglio nos tribunais envolvendo a transferência do Rubro-Negro para o Pinheiros não afeta seu desempenho, a nadadora de 18 anos lamentou a situação em que o clube carioca chegou até a proibi-la de entrar na Gávea. Na primeira oportunidade que teve de alcançar índice para as Olimpíadas Rio 2016, na manhã deste sábado, pelas eliminatórias dos 100m peito do Troféu Maria Lenk, Jhennifer ficou distante de seu melhor. Mas segue confiante para a última oportunidade, na final da prova, ainda nesta tarde, a partir das 17h30 (de Brasília) - o GloboEsporte.com acompanha em Tempo Real e o SporTV transmite ao vivo.

Não foi muito legal, mas à tarde vou procurar acertar o máximo possível para fazer o índice. Sei que sou capaz de me classificar - afirmou Jhennifer.

Principal nome do nado peito feminino no Brasil atualmente, a jovem disse não estar muito preocupada com a disputa jurídica que vem travando com o Flamengo neste primeiro semestre. O foco está todo voltado para a conquista da classificação para os Jogos.

- Estou bem tranquila, sempre mantendo a calma. Procurei não ficar sabendo de nada. Meus pais, meu assessor e meu advogado que estavam cuidando disso. Então, desde sempre, estive com a cabeça boa. Acho que não prejudicou em nada. Vou mostrar do que sou capaz e nada que eles possam fazer vai me prejudicar - completou a nadadora.

O imbróglio entre atleta e o Rubro-Negro começou em janeiro deste ano. Insatisfeita com as condições no clube carioca, a nadadora decidiu se transferir para o Pinheiros, de São Paulo. O Flamengo não aceitou o rompimento do contrato, que tinha duração até 2016, e acusou Jhennifer e o clube paulista de falta de ética no caso.

No início deste mês, o departamento jurídico do Fla conseguiu uma liminar no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) que restabelecia o vínculo da nadadora. O clube ainda tornou ela e seus representantes "persona non gratas", proibidos até mesmo de entrar na Gávea. Na sequência, a defesa de Jhennifer suspendeu a decisão com outra liminar, conseguida na Justiça comum, que permitiu que a atleta competisse neste sábado defendendo o Pinheiros.

- Eu sei o que eu fiz. Sei os meus motivos para sair. Se querem falar, vou deixar eles falarem. Estão me acusando de falta de ética. Uma coisa que não reconheço em mim. Deixa só eles falarem, deixa eles se queimarem. Eu sei os meus motivos. Se eu estivesse bem lá dentro, teria continuado - afirmou Jhennifer, logo após sua primeira prova no Maria Lenk.

Jhennifer avançou em segundo nas eliminatórias dos 100m peito, com o melhor tempo entre as brasileiras: 1m09s08, atrás apenas da argentina Macarena Ceballos. Para garantir presença na prova individual no Rio 2016, ela precisa bater a marca de 1m07s85 na final desta tarde.

- Eu já nadei duas tomadas de tempo para baixo do meu melhor. Já nadei para 1m08s baixinho. É confiança mesmo. Foi só a primeira caída e, à tarde, vai sair melhor - disse confiante a nadadora.
A outra chance de ir aos Jogos é ficar com o melhor tempo entre as atletas do Brasil e torcer pela classificação do revezamento 4x100m medley, que depende do ranking mundial. Jhennifer foi medalhista de bronze com o time brasileiro nesta prova nos Jogos Pan-Americanos de Toronto.