De 2013 para cá, Meyinsse coleciona títulos com o Flamengo
Foto: Gilvan de Souza / Flamengo / Divulgação

Quando desembarcou no Rio, em 2013, Meyinsse buscava ganhar e aproveitar a experiência. Ele mal sabia que as vitórias e títulos viriam acompanhados de um algo a mais. O pivô norte-americano "virou" carioca e se transformou em mais do que um ídolo: ele conquistou e foi conquistado pelo Flamengo. Uma ligação para além da carreira. Uma identificação para a vida toda.

"Cheguei aqui tentando ganhar e aproveitar a experiência. Já cresceu muito mais do que imaginava. Estou aproveitando e quero continuar. É o melhor lugar onde joguei. Sempre vou lembrar do Flamengo para o resto da minha vida, contar as histórias para os meus filhos, vou torcer para o Flamengo depois da minha carreira. É uma coisa que está dentro de mim. Agora o Flamengo é minha vida", declarou o pivô norte-americano, mas praticamente carioca:

"Quando chego a uma cidade, eu tento fazer tudo que as pessoas fazem, ajuda muito a adaptar. Aqui foi muito mais fácil porque realmente gosto das coisas que os cariocas fazem. Eu sinto que nasci aqui também."

Meyinsse conquistou os torcedores do Flamengo não apenas com enterradas, tocos e títulos. A identificação vai além das quadras. O jeito irreverente logo caiu nas graças da torcida. Os vídeos produzidos pelo pivô aumentaram a condição de ídolo.

"Começou como uma brincadeira. Eu fiz um vídeo, não sei por que eu fiz, cantando um pagode do Péricles. A recepção foi muito boa. Aí eu comecei a fazer mais e mais. Agora as pessoas me conhecem por causa dos vídeos, sentem esta proximidade. Isso é muito bom, eu gosto disso e me permite falar mais com as pessoas, chegar perto das pessoas", conta o pivô.

O Flamengo não é a única paixão de Meyinsse no Brasil. O "casamento" com o açaí também é para sempre. O pivô uniu os dois amores em forma de torcida: a Flaçaí.

"Foi no jogo de futebol contra o Cruzeiro, no ano passado. O Flamengo me pediu para sortear dois ingressos. Estávamos decidindo como, então pedi para as pessoas tirarem fotos com bigode de açaí. Umas vinte pessoas mandaram. Eu quis levar todo mundo e comprei os outros ingressos. Um amigo me ajudou com a bandeira e então criamos a Flaçaí", conta Meyinsse, que se organiza para levar a Flaçaí aos duelos com o Mogi das Cruzes, pelo playoff do NBB.

O futebol passou a fazer parte da rotina de Meyinsse: mais uma prova da ligação com o Flamengo. Ele prestigia, sempre que dá, os companheiros de clube, normalmente na arquibancada, no meio da torcida. O pivô fez até uma maratona recentemente, entre jogo pelo NBB em Macaé, volta para o Rio e viagem para Brasília para ver o clássico com o Vasco, pelo Carioca.

"Só comecei acompanhar futebol aqui no Flamengo. Eu fui ao Maracanã, vi a torcida, a energia, a paixão nos jogos e também me apaixonei. Qualquer oportunidade eu vou para o jogo", declara.

Enterrada ou açaí?
Meyinsse se transformou no Rei do Açaí. Em quadra, bem que poderia ser o Rei da Enterrada. Mas e se tivesse de escolher entre a fruta e a jogada? Ele pensou, refletiu e cravou.

"Eu vou falar dar uma enterrada. Todo mundo pode aproveitar o gosto do açaí, mas não é todo mundo que consegue dar uma enterrada, dar um grito depois, tem esta energia, este sentimento depois de uma enterrada. Só por causa disso vou falar enterrada", escolheu.

O pivô precisou pensar menos para apontar uma enterrada especial em sua trajetória pelo Flamengo: "A que fechou a semifinal contra Limeira, no ano passado. Estava livre no garrafão, o Marquinhos me passou a bola e eu fiz uma bela enterrada. Alguém tirou uma foto que mostrou a emoção da enterrada, a torcida de pé gritando", recordou.