A ascensão de Zé Ricardo como técnico interino do Flamengo não foi uma medida de emergência, apenas. Campeão da Copa São Paulo de Juniores, o treinador de 45 anos chegou ao clube em 1998 e se destacou desde quando trabalhou no futsal. Em caso de um bom trabalho no time profissional, já há correntes que pedem a sua efetivação no cargo.

— O Zé Ricardo é um técnico prata da casa. O perfil do (novo) treinador evidentemente tem que ser de renome, mas mais importante que a fama é o currículo — afirmou o vice de futebol Flávio Godinho, ontem.

Zé Ricardo chega hoje para seu primeiro treinamento e comandará a equipe contra aPonte Preta, no domingo, ao lado de Tata, auxiliar de Muricy, que fica no clube até a próxima semana.

Abel Braga é considerado o medalhão disponível no mercado capaz de dar jeito no time do Flamengo. No entanto, seu passado no clube, do qual saiu eliminado para o Santo André na Copa do Brasil, em 2004, assombra, assim como a fama de retranqueiro. A rejeição é crescente até entre aliados.

A diretoria preferiu ouvir as vozes de conselheiros e da torcida nas redes sociais e anunciou Zé Ricardo como interino. Se for bem, pode ser mantido por um período maior, já que Abel só poderia trabalhar em junho, uma vez que tem dinheiro de rescisão a receber do Al Jazeera, dos Emirados Árabes.

Se não avançar, a negociação pode partir para nomes menos badalados, e Milton Mendes, do Santa Cruz, e Fernando Diniz, do Audax-SP, são falados. O argentino Jorge Sampaoli e o colombiano Reinaldo Rueda são opções mais caras, mas também lembradas.

A solução caseira, dentre todas, pode ser a escolhida. A expectativa é para que tipo de esquema tático Zé Ricardo adotará e se dará chances a jovens que trabalharam com ele. Conhecido no clube por times que priorizam a parte técnica, com jogadas ensaiadas, e não tanto a física, Zé Ricardo chega como uma espécie de bombeiro, para apagar o fogo da crise, mas pode ganhar força rápido.