Fla defende acordo pontual e justifica: 'Não adianta brigar com o mercado'
Diretor de marketing afirma que momento pede "adequação", mas lembra que todo o clube hoje tem 40 patrocinadores: "Trabalhamos duro para parcerias de longo prazo"
Marcius Roca, da Clipper, o presidente em exercício Maurício Gomes de Mattos e Bruno Spindel apresentaram nesta quinta-feira a parceria com a Cliper (Foto: Fred Gomes)
Nesta quinta-feira, o Flamengo apresentou oficialmente a Clipper, marca de isqueiros da empresa espanhola Flamagas S.A., como nova parceira. O contrato por exibição na camisa por 45 dias rende R$ 800 mil ao clube. É o segundo patrocínio pontual fechado nos últimos dias - na última sexta, a IFood foi anunciada em entrevista coletiva, em acordo de R$ 500 mil pelo aplicativo de comidas a domicílio até 31 de julho. Os valores ficam longe do que o Rubro-Negro previa em seu orçamento. O diretor de marketing do clube admite que o momento é de se adequar às dificuldades na crise brasileira. Os acordos mais curtos, desta maneira, são saída para o Flamengo não deixar de lucrar.
- Estamos sempre buscando contratos longos. Com as próprias Clipper e Ifood esperamos dar o maior retorno possível para eles, até para que, dentro das possibilidades deles e do Flamengo, possamos alongar essas parcerias. Se puderem vão ficar num prazo longo no Flamengo - diz o diretor de marketing do clube Bruno Spindel.
No orçamento aprovado para 2016, somente em patrocínios da camisa o clube imaginava receitas de R$ 47 milhões - deste total, apenas R$ 25 milhões da Caixa estão garantidos. Apesar de não atingir o resultado esperado, o que dificilmente vai acontecer até o fim deste ano, o diretor de marketing Bruno Spindel entende que a situação é consequência das dificuldades financeiras de grandes empresas na crise financeira do país. A aposta do diretor de marketing é na renovação de acordos com compromissos mais duradouros num segundo momento.
- O que o Flamengo está fazendo é se adequar à realidade do mercado. Não adianta brigar com o mercado. Renovamos grandes patrocínios já: Caixa, Tim, Ambev e outros patrocinadores do clube continuam. A gente está adequando as oportunidades de patrocínio à realidade orçamentária das empresas, reduzindo prazo dos patrocínios, até que elas tenham visibilidade maior e elas possam fechar parcerias de longo prazo com o clube, que é a maior parceria de mídia de futebol no Brasil. A gente tem certeza que quem tiver associado à marca Flamengo, aos valores do esporte, do futebol, tem o retorno mais alto possível em todos objetivos que as marcas buscam. E a gente tem certeza que não vai ser diferente com IFood e Clipper. Esperamos renovar essas parcerias por prazos maiores, que são os que dão maior retorno acumulativo para os patrocinadores. A gente vai continuar buscando, trabalhando muito duro para buscar parcerias de maior prazo, enquanto isso a gente se adapta à realidade do mercado por prazos menores, trazendo da mesma forma retorno para todos que estão no Flamengo - afirmou Spindel.
Fla perdeu 11 mil sócios torcedores em 2016
O diretor de marketing, durante o anúncio da parceria com a Clipper, falou que o Flamengo tem 40 parceiros atualmente. Tratam-se de projetos incentivados, projetos convencionais, em permuta. Outro grande desafio, no entanto, é manter a arrecadação alta em sócios torcedores. O clube contratou agência de publicidade para desenvolver comerciais de TV para voltar a ganhar novos torcedores, mas o programa perde, em média, 30 sócios por dia.
Evolução de sócio torcedor do Flamengo de 2013 até 2016: pico na conquista da Copa do Brasil (Foto: Reprodução)
Após o boom da contratação de Guerrero ano passado - quando o sócio torcedor alcançou 70 mil inscritos -, o número de sócio torcedores despencou. Hoje, o clube está em 9º lugar na tabela de controle do Movimento Por Um Futebol Melhor - o Torcedômetro. São 53.270 inscritos. Somente neste ano a queda já é de menos 11.308 sócios torcedores. Apesar dos números, o diretor de marketing do clube crê em recuperação num curto espaço de tempo. Para ele, nem mesmo o fator de não ter Maracanã até outubro influi nesse sentido.
- O Flamengo sempre teve e continua tendo quantidade grande de sócios torcedores fora do Rio. É um sinal que sócio torcedor não se associa somente pelo Maracanã. Há outros aspectos que levam ele a se associar: poder participar da construção de um clube mais forte a cada dia, pois dá orgulho, felicidade, com grandes ídolos no clube. Esta construção de um Flamengo financeiramente mais forte é o que move toda ferramenta do clube, do departamento de futebol, para poder buscar excelência. A nação rubro-negra já entende isso e pode a cada dia construir Flamengo mais forte. Caminho é fazer parte do sócio torcedor. Se grande parte da torcida comprar essa ideia o céu é o limite - aposta o dirigente do clube, lembrando a série de ações com os rubro-negros, que foram desde participação em coletivas de imprensa, na reinauguração do Ninho do Urubu até a viagem ao Chile para entregar camisa a Paolo Guerrero no ano passado.
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