Andrezinho jogou no Bota entre 2012 e 2013 e ganhou um Carioca (Foto: Ivo Gonzalez / Agência O Globo)

A notícia de que a CBF obrigou o Botafogo a repassar R$ 100 mil ao Flamengo, pelo mecanismo de solidariedade não honrado na época da venda do Andrezinho para o Tianjin Teda, da China, em 2013, foi uma surpresa em General Severiano. A dívida é da gestão de Maurício Assumpção e não há como recorrer, por isso o clube já encaminhou o pagamento do débito.

E mais do que isso: segundo o vice-presidente jurídico alvinegro, Domingos Fleury, o departamento está vasculhando todos os registros das últimas gestões para encontrar outros casos pendentes como esse e quitar espontaneamente, antes de ser notificado.

- Tem que pagar. Essa é mais uma herança do Maurício Assumpção. Estamos checando todos os processos similares ao do Andrezinho para pagar logo espontaneamente e encerrar isso. Não tem defesa, não tem o que recorrer. A gente ainda tem algumas caveirinhas no armário como essa, mas estamos trabalhando para evitar. Um levantamento está sendo feito do que se encontra em tramitação. É uma medida preventiva para evitar uma condenação - explicou.

Pagar as dívidas pendentes que tramitam na CBF também é uma forma de evitar que o Botafogo seja punido com perda de pontos no Campeonato Brasileiro. Fleury atribuiu a culpa à administração de Assumpção, mas tranquilizou a torcida em relação à pontuação, garantindo que o presidente Carlos Eduardo Pereira vai honrar todos os débitos com outros clubes.

- É reflexo da absoluta falta de administração da gestão anterior, que nem nas mais simples questões se preocupava com o clube. Se não pagar essas valores vai começar a perder pontos no Brasileiro. Mas não há esse risco com essa gestão. A ideia é não ter pendência com clube nenhum e manter o bom relacionamento com todos, essa é a mentalidade do Carlos Eduardo.

Atualmente no Vasco, Andrezinho jogou no Botafogo entre 2012 e 2013 e conquistou o Campeonato Carioca no seu último ano no clube, antes de ser vendido ao futebol chinês em 2013 por cerca de R$ 9 milhões. Como clube formador do atleta, o Flamengo tem direito a 5% do valor e ganhou a causa com direito a juros e correção monetária. Desde 2015, a CBF passou a obrigar os clubes a divulgar as quantias pagas pelos direitos de um jogador, controlando assim o mecanismo de solidariedade previsto em lei e exercido em transferências internacionais.